Liberdade de expressão sim, filiação obrigatória não: PL avalia expulsar deputado que defendeu Moraes – Noticiário 24H

O Partido Liberal (PL) ainda avalia se expulsa ou não o deputado Antonio Carlos Rodrigues (SP) após ele sair em defesa do ministro Alexandre de Moraes (STF) e criticar duramente as sanções impostas pelos Estados Unidos. A reação gerou desconforto entre parlamentares do partido, especialmente pelo elogio enfático ao ministro, figura central em decisões polêmicas contra aliados do próprio PL.

O presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, chegou a anunciar publicamente a expulsão do deputado, mas recuou: o caso agora será analisado pelo Conselho de Ética do partido.

Liberdade de expressão? Sempre. Obrigação de manter filiado? Nunca.

A polêmica expõe um ponto crucial sobre democracia interna nos partidos. Antonio Carlos Rodrigues tem todo o direito de defender Moraes ou criticar sanções internacionais. Isso é liberdade de expressão — e deve ser respeitada. O que não significa que o partido seja obrigado a mantê-lo em seus quadros.

A lógica é simples: você pode dizer o que quiser, mas cada grupo tem o direito de definir quem faz parte dele. Um partido político não é prisão ideológica, mas também não é condomínio obrigatório de ideias conflitantes.

Ou, como diz o velho ditado:

“Eu defendo o seu direito de falar o que quiser. Mas na minha casa, só entra quem eu quero.”

O que disse o deputado?

“É o maior absurdo que já vi na minha vida política. O Alexandre é um dos maiores juristas do país, extremamente competente. Trump tem que cuidar dos Estados Unidos, não se meter com o Brasil como está se metendo”, afirmou Rodrigues.

A fala irritou parte da bancada, especialmente pela tentativa do PL de se alinhar simbolicamente com a direita internacional. Valdemar escreveu em nota:

“Nossos parlamentares entendem que atacar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é uma ignorância sem tamanho.”

Rodrigues afirmou que foi surpreendido com a ameaça de expulsão e que não recebeu notificação oficial.

Qual o próximo passo?

O Conselho de Ética do PL analisará o caso e poderá aplicar punições que vão desde advertência até a expulsão decisão que exige maioria da Executiva Nacional.

Independentemente do desfecho, o episódio deixa uma lição: a liberdade de expressão deve ser preservada, mas não imposta aos espaços coletivos que funcionam por alinhamento de ideias.