Incêndio destrói fábrica da Effa em Manaus e expõe fragilidade do setor automotivo nacional – Noticiário 24H

Um incêndio destruiu parcialmente a fábrica da Effa Motors, localizada no Distrito Industrial 2 de Manaus, na Zona Franca, em Manaus (AM), entre a tarde de terça-feira (5) e madrugada de quarta-feira (6). A planta era responsável pela montagem das picapes V21, V21 Baú, V22 e do furgão V25, modelos versáteis usados em pequenos comércios, transporte urbano e food trucks.

Até o momento, não houve registros oficiais de vítimas fatais, mas uma funcionária foi encaminhada ao Hospital de Queimados com queimaduras — o estado é estável e sem risco de vida.

Utilitários modestos, impacto gigantesco

Os modelos produzidos na fábrica compartilhavam o mesmo conjunto mecânico: motor 1.5 a gasolina, 112 cv, 14 kgfm, câmbio manual de 5 marchas, e capacidade de carga entre 1.100 kg e 1.500 kg. Equipamentos básicos incluíam direção elétrica, ar‑condicionado e central multimídia, sem grandes avanços tecnológicos ‑ uma linha simples, acessível e funcional.

Pesquisas apontam valores de revenda entre R$ 94.990 e R$ 119.990, embora a Effa não divulgue oficialmente preços no seu site.

O que se sabe sobre o incêndio

  • O fogo teve início por volta do meio‑dia de terça, possivelmente causado pela queda de faíscas de solda em produtos químicos armazenados na linha de produção.
  • 148 bombeiros e 26 viaturas foram mobilizados, com esforço concentrado no isolamento das chamas para evitar propagação a outros galpões próximos.
  • Segundo relatos, até 300 veículos produzidos ou estocados foram destruídos, causando prejuízo substancial à unidade operativa da Zona Franca.
  • A empresa informou que ainda não emitiu pronunciamento público formal, considerando prematuras quaisquer declarações enquanto investigações não forem concluídas.

Reflexão crítica

A tragédia revela vulnerabilidades estruturais no setor automotivo nacional, especialmente em fábricas com infraestrutura básica. A Effa, uma das poucas montadoras com unidade própria no Brasil, concentra a produção de utilitários de baixo custo para o transporte urbano leve — segmento essencial, mas muitas vezes ignorado nas prioridades industriais.

A falta de automação, protocolos de segurança modernos e sistemas de contenção adequados evidencia o risco à integridade de trabalhadores, produção e do entorno industrial.