Trump anuncia tarifa de 100% sobre chips em tentativa cínica de “incentivar” fábricas mas deixa empresas à deriva – Noticiário 24H
Em mais uma investida agressiva de sua agenda protecionista, o presidente Donald Trump anunciou ontem (6 de agosto) uma tarifa de aproximadamente 100% sobre importações de semiconductores em uma tentativa de forçar empresas a construir fábricas dentro dos Estados Unidos. A medida, porém, foi anunciada com uma brecha generosa e sem critérios claros, gerando confusão generalizada.
O que o anúncio realmente significa?
- A tarifa de 100% incidirá sobre chips fabricados fora dos EUA, com isenções para empresas que já estão construindo ou se comprometeram a construir fábricas no país.
- Empresas como Apple, que anunciou US$ 100 bilhões em investimentos nos EUA e participou da coletiva de imprensa, receberam privilégios claros de isenção, mesmo sem iniciar produção local propriamente.
- Em resposta, o mercado reagiu positivamente: ações de gigantes como TSMC, Samsung, Nvidia e Apple subiram, favorecidos por seus planos ou presença fabril nos EUA. Em contrapartida, fabricantes menores especialmente na Europa e na Ásia enfrentam incerteza total e risco de forte impacto nos custos.
chantagem “produtiva” disfarçada de política industrial
A estratégia de Trump é clara: usar o poder coercitivo do Estado para amarrar investimentos privados em um objetivo político. Mas onde está o avanço real? As isenções liberam quem já podia pagar a conta — enquanto destinatários pequenos, inovadores e terceirizados são deixados ao léu.
Esse tipo de política intervencionista atropela o livre mercado, gerando incertezas regulamentares seríssimas. Construir uma fábrica de semicondutores nos EUA exige anos de licenças e bilhões de dólares — não é algo que uma “nota de tarifa” pode inverter num piscar de olhos.
Aí está a total contradição: o Estado exige presença física, mas cria regras arbitrárias e instáveis, transformando o país em um ambiente hostil para investimento real e sustentável.