Brasil aciona OMC e busca BRICS em resposta a tarifas dos EUA; especialistas veem ação como ineficaz – Noticiário 24H

Com as tarifas de 50% de Donald Trump já em vigor e castigando a economia brasileira, o governo Lula recorreu a um roteiro previsível de vitimização e gestos diplomáticos inócuos: acionou a Organização Mundial do Comércio (OMC) e anunciou uma articulação com os líderes do BRICS. As medidas, apresentadas como uma reação enérgica, são, na prática, uma cortina de fumaça para disfarçar a total inabilidade do governo em proteger os interesses do Brasil no cenário internacional.

O ato de acionar os EUA na OMC é a mais pura peça de teatro diplomático. O governo sabe que o mecanismo de apelação do órgão está paralisado há anos — ironicamente, por ação dos próprios Estados Unidos. A “consulta” iniciada pelo Brasil é um processo que pode se arrastar por meses, sem qualquer poder prático para reverter as tarifas. A medida serve apenas para consumo interno, para que o governo possa dizer que está “fazendo alguma coisa”, enquanto na realidade não faz nada de efetivo.

Paralelamente, Lula anunciou que pretende ligar para os líderes do BRICS em busca de uma “resposta conjunta”. A manobra é outra demonstração de desespero e desalinhamento com a realidade geopolítica. A ideia de que a China, a Índia ou a Rússia arriscariam suas próprias e complexas relações comerciais com os EUA para defender o Brasil de uma crise que ele mesmo provocou com sua retórica hostil é delirante. É uma tentativa de se refugiar em um bloco ideológico que, na prática, tem pouco a oferecer em uma disputa comercial direta com a maior potência do mundo.

Enquanto a diplomacia se ocupa com esses gestos vazios, o ministro Fernando Haddad prepara o que o Estado faz de melhor: gastar o dinheiro do contribuinte para remediar uma crise que a inépcia do próprio Estado criou. A promessa de um “plano detalhado” com crédito e aumento de compras governamentais é a senha para mais subsídios e intervenção na economia, socializando o prejuízo da incompetência diplomática com toda a população.

A verdade inconveniente, que a retórica oficial tenta esconder, é que o Brasil perdeu essa batalha antes mesmo de ela começar. Após meses de provocações, como o discurso de “desdolarização”, e de uma postura subserviente a regimes anti-ocidentais, o governo se viu sem capital político para negociar. A recusa de Lula em telefonar para Trump, sob o pretexto de não se “humilhar”, é a confissão final de sua irrelevância no jogo.

O “tarifaço”, portanto, não é a causa da crise, é a consequência. É o resultado de uma política externa amadora e ideológica que isolou o Brasil e deixou seu setor produtivo vulnerável. A apelação à OMC e aos BRICS não é uma estratégia; é apenas a trilha sonora do fracasso.