Alívio Tarifário: Acordo entre Trump e UE acalma mercados e impulsiona ações na Europa, com setor automotivo liderando ganhos – Noticiário 24H
Bolsa de valores em Madrid
Bolsas europeias operam em forte alta nesta segunda-feira (28) após o presidente dos EUA recuar de tarifas mais agressivas. O novo pacto, que fixa a taxa em 15% para carros e fármacos, remove uma nuvem de incerteza e inclui um compromisso de investimento de US$ 600 bilhões da UE nos EUA.
Uma onda de alívio varreu os mercados europeus nesta segunda-feira (28), impulsionando as ações para suas maiores altas dos últimos quatro meses. O catalisador foi o anúncio de um novo acordo comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia, que, embora imponha novas tarifas, acalmou os temores de uma guerra comercial de proporções muito maiores.
O acordo, selado entre o presidente americano Donald Trump e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, durante uma reunião na Escócia, estabelece uma nova taxa de 15% sobre produtos europeus chave, como automóveis, semicondutores e fármacos. O valor representa uma desescalada significativa frente à ameaça anterior de uma sobretaxa de 30%, removendo uma nuvem de incerteza que pairava sobre a indústria do continente. As novas tarifas, segundo um secretário de Trump, entrarão em vigor já em 1º de agosto.
A reação dos investidores foi imediata e positiva. Por volta das 4h40 (horário de Brasília), o índice pan-europeu STOXX 600 avançava 0,9%. O otimismo se espalhou pelas principais praças financeiras: o DAX (Alemanha) subia 0,44%, o CAC 40 (França) ganhava 0,81% e o FTSE 100 (Reino Unido) registrava alta de 0,16%.
Setor automotivo assume o protagonismo
O setor mais beneficiado pelo alívio na tensão comercial foi, sem dúvida, o automotivo. A indústria, que estava diretamente na mira das tarifas mais agressivas, viu suas principais ações dispararem. Porsche e Volkswagen subiam 1,6% e 1,9%, respectivamente.
O movimento mais emblemático, contudo, veio de gigantes como Mercedes-Benz, Stellantis e Volvo Cars. As três companhias, que haviam chegado a retirar suas projeções financeiras para 2025 citando a incerteza comercial, viram seus papéis avançarem entre 1,6% e 3%, sinalizando uma retomada da confiança dos investidores em sua performance futura. O setor farmacêutico seguiu a tendência, com a Novo Nordisk e a Roche registrando altas superiores a 1,5%.
Os termos do acordo
Além da redução da alíquota tarifária, o acordo prevê contrapartidas significativas por parte da Europa. Segundo Trump, a UE se comprometeu a investir US$ 600 bilhões nos EUA, além de firmar acordos para a compra de energia e equipamentos militares norte-americanos.
No entanto, nem todas as barreiras foram removidas. O pacto mantém uma sobretaxa elevada de 50% sobre as importações de aço e alumínio europeus, indicando que a Casa Branca ainda mantém uma postura protecionista em setores estratégicos. Mesmo com essa ressalva, o sentimento geral do mercado é de que o pior cenário foi, por ora, evitado.