Crise sem precedentes: Boca Juniors aprofunda seu pior momento com nova derrota e chega a 11 jogos sem vencer – Noticiário 24H

Em uma tarde de futebol apático e pouca inspiração, o gigante argentino sucumbiu ao Huracán por 1 a 0, ligando todos os alertas em La Bombonera. Atuação heroica do goleiro Marchesín evitou um placar mais elástico e expôs a fragilidade de uma equipe que não encontra o caminho da vitória.

O relógio da história recente do Boca Juniors marca seu momento mais sombrio. A derrota por 1 a 0 para o Huracán, neste domingo (27), pela terceira rodada do Torneio Clausura, estendeu uma agonia que parece não ter fim: são agora 11 partidas consecutivas sem que a torcida Xeneize possa comemorar uma vitória. O resultado negativo, selado pelo belo gol de Matko Miljevic na segunda etapa, aprofunda uma crise que já havia ganhado contornos dramáticos com a eliminação precoce na Copa Argentina no meio da semana.

Em campo, o que se viu foi um reflexo do momento vivido pelas duas equipes. De um lado, o Huracán, vice-campeão do Apertura, demonstrou a confiança e a organização que lhe renderam o bom resultado no semestre passado. Desde o início, o time da casa impôs seu ritmo, dominou as ações e colecionou chances de gol, chegando a acertar o travessão em um chute desviado de Rodrigo Cabral. A insistência foi premiada aos 20 minutos do segundo tempo, quando Miljevic acertou um arremate preciso, no ângulo, sem chances para o goleiro adversário. Foi o gol da merecida primeira vitória do Globo no campeonato. “Acho que vencemos com mérito. Criamos muitas chances e eles praticamente não levaram perigo”, analisou, com precisão cirúrgica, o meio-campista Leonardo Gil.

Do outro lado, um Boca Juniors irreconhecível. A equipe comandada por Miguel Ángel Russo, agora na modesta 13ª posição do Grupo A, foi um amontoado de jogadores sem ideias, incapaz de criar perigo e refém de um momento de enorme pressão. A figura que personificou a luta solitária contra o desastre foi, ironicamente, o goleiro Agustín Marchesín. Com pelo menos três defesas cruciais, incluindo uma intervenção salvadora com os pés e outra em um lance cara a cara, o arqueiro evitou que a derrota se transformasse em uma goleada humilhante e foi o destaque solitário de um time apagado.

As palavras de Marchesín na saída de campo, em entrevista à TNT Sports, traduzem o sentimento que consome o vestiário. “Estamos muito revoltados com a situação do time, mas sabemos que precisamos dar a volta por cima. Temos grandes jogadores, mas há muita tristeza no elenco. Vamos trabalhar mais do que nunca para melhorar”, desabafou o goleiro, assumindo o papel de porta-voz de um grupo abalado.

Com o torneio ainda em seu início, a matemática não condena o Boca, mas a performance em campo preocupa. A esperança, como ressaltou o próprio Marchesín, é virar a página e encontrar forças no próximo compromisso, em casa. “O torneio está só começando. Temos que virar a página. A tristeza é grande, mas precisamos estar fortes em casa”. O desafio será no dia 9 de agosto, quando o Boca Juniors recebe o Racing Club, em La Bombonera, em um clássico que se tornou, mais do que nunca, uma prova de fogo para a sobrevivência e a honra de um gigante ferido.