Arlindo Cruz, ícone do samba, morre aos 66 anos após longa batalha pela saúde – Noticiário 24H

Rio de Janeiro, 8 de agosto de 2025 O Brasil chora a perda de Arlindo Domingos da Cruz Filho, conhecido popularmente como Arlindo Cruz, que faleceu nesta sexta-feira, aos 66 anos, no Hospital Barra D’Or, no Rio de Janeiro.

Vida dedicada à arte

Nascido em 14 de setembro de 1958, em Madureira (Zona Norte do Rio), Arlindo embarcou na música muito cedo influenciado pela tradição familiar seu pai tocava cavaquinho e sua mãe, pandeiro. Ingressou nas rodas de samba do Cacique de Ramos, ao lado de nomes como Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Almir Guineto e Sombrinha. Em 1981, entrou para o grupo Fundo de Quintal, onde atuou por mais de uma década até iniciar carreira solo em 1993.

Compositor e intérprete de uma geração

Arlindo reescreveu a história do samba e pagode com composições eternizadas por grandes vozes como Beth Carvalho, Alcione e Zeca Pagodinho. Entre seus maiores sucessos estão “O Show Tem Que Continuar”, “Meu Lugar”, “O Bem” e “Bagaço de Laranja“. Autor de mais de 700 músicas, recebeu ampla homenagem no Carnaval pelo Império Serrano, escola com a qual contribuiu ao longo da carreira. Foi indicado cinco vezes ao Grammy Latino e recebeu diversos prêmios nacionais, como o Prêmio da Música Brasileira e o Estandarte de Ouro.

Quase uma década de luta pela vida

A trajetória de saúde de Arlindo foi marcada por eventos dramáticos. Em março de 2017, sofreu um AVC hemorrágico durante o banho, o que o deixou internado por cerca de 15 meses, com sequelas graves, incluindo paralisia e necessidade de alimentação por sonda. Em anos seguintes, enfrentou infecções respiratórias, pneumonia, doenças autoimunes, mais de 65 cirurgias e traqueostomia. Em maio de 2025, voltou a ser internado com pneumonia e complicações de uma bactéria resistente e, infelizmente, não resistiu.

Despedida emocionada e legado eterno

A família, em comunicado oficial, expressou profundo pesar e gratidão pelas mensagens recebidas. “Mais do que um artista, Arlindo foi um poeta do samba, um homem de fé, generosidade e alegria”, declararam. A imprensa relembrou o músico como um verdadeiro poeta do samba brasileiro, cuja arte, humanidade e força permanecerão na memória dos fãs.