A Riqueza que o Brasil Despreza: BP encontra petróleo, enquanto Petrobras sucumbe a ingerência e corta investimentos – Noticiário 24H

A notícia de que a britânica BP fez sua maior descoberta de petróleo em 25 anos, justamente no pré-sal da Bacia de Santos, deveria ser motivo de celebração nacional. Ela confirma o que os geólogos já sabiam: o potencial petrolífero do Brasil é gigantesco e pode garantir décadas de prosperidade. No entanto, a descoberta serve mais como um epitáfio para o bom senso do que como um prenúncio de riqueza, pois expõe uma dura e irônica realidade: enquanto os estrangeiros avançam, a Petrobras, a joia da coroa brasileira, está sendo sistematicamente enfraquecida pela ingerência política e por uma gestão alinhada aos interesses do governo, não aos do país.

A capacidade de uma petroleira se mede por seus investimentos em exploração e produção (Capex). E é aqui que os dados revelam a tragédia. O Plano Estratégico 2024-2028 da Petrobras, já sob a nova gestão, mostra uma perigosa estagnação nos investimentos em E&P, o coração de qualquer empresa de petróleo. Pior ainda, a nova diretoria, seguindo a cartilha do governo Lula, tem sinalizado um desvio de bilhões de dólares para áreas de baixo retorno e alto risco político, como a “transição energética” e a revitalização de refinarias sucateadas, cujos projetos frequentemente servem mais a interesses políticos locais do que a uma lógica de mercado.

O golpe mais duro, no entanto, veio na política de dividendos. Sob o pretexto de que a empresa precisava “investir mais no Brasil”, o governo forçou uma mudança que reduziu drasticamente o pagamento de proventos aos acionistas incluindo milhões de brasileiros que investem na empresa. A consequência foi imediata e previsível: a perda de dezenas de bilhões em valor de mercado. Na prática, o governo destruiu a riqueza dos acionistas para poder usar o caixa da empresa em projetos de sua conveniência, afugentando investidores e diminuindo a capacidade da Petrobras de se financiar para grandes projetos.

A situação é paradoxal. Temos uma das maiores reservas de petróleo do mundo, mas a nossa principal empresa está sendo descapitalizada e forçada a investir em áreas que não são sua especialidade, enquanto companhias estrangeiras, mais eficientes e livres da amarra estatal, avançam sobre essa riqueza.

O anúncio da BP, portanto, não é uma boa notícia para a Petrobras; é uma humilhação. Mostra que o potencial está lá, mas que a empresa que deveria liderar essa exploração está sendo minada por dentro. A nova direção, em sintonia com o Planalto, está trocando a busca por eficiência e lucro que gerariam impostos e prosperidade real por uma agenda ideológica que usa uma das empresas mais importantes do país como seu instrumento. A riqueza do pré-sal continuará a ser explorada, ao que parece, mas cada vez menos pelos brasileiros.