Próximo de Marte, sonda Hera captura imagens inéditas de pequenos asteroides – Noticiário 24H
A sonda Hera, da Agência Espacial Europeia (ESA), responsável por estudar o sistema de asteroides duplos Didymos e Dimorphos, registrou imagens surpreendentes de outros pequenos asteroides em sua jornada rumo a seu destino principal, localizado no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter. As capturas, divulgadas nesta semana, oferecem vislumbres raros de corpos celestes menores que cruzam o caminho da sonda.
Lançada em outubro de 2024, Hera é a contribuição da ESA para a missão de avaliação de redirecionamento de asteroides “Asteroid Impact & Deflection Assessment” (AIDA), uma colaboração internacional com a NASA. A sonda tem como objetivo realizar um estudo detalhado do asteroide Dimorphos, que foi intencionalmente atingido pela nave DART (Double Asteroid Redirection Test) da NASA em setembro de 2022, na primeira demonstração de defesa planetária da história.
Em sua viagem de aproximadamente dois anos até o sistema Didymos, Hera aproveitou para acionar suas câmeras e sensores, capturando imagens de asteroides menores que se encontravam em sua trajetória. Embora esses encontros não fossem o foco principal da missão, as imagens obtidas são valiosas para a ciência espacial. Elas fornecem dados adicionais sobre a distribuição de asteroides no sistema solar interior e ajudam a refinar modelos de suas características físicas, como tamanho, forma e albedo (o quanto refletem a luz solar).
As imagens divulgadas mostram pontos de luz tênues contra o fundo escuro do espaço, alguns com um brilho ligeiramente estendido, indicando que não são apenas estrelas distantes. Os cientistas da missão Hera estão analisando cuidadosamente os dados para determinar as órbitas e as características aproximadas desses asteroides “passageiros”.

Embora o encontro com esses pequenos corpos celestes seja breve e distante, ele serve como um lembrete da vasta população de objetos que povoam nosso sistema solar e da importância de missões como Hera para compreendermos melhor esses vizinhos cósmicos. A análise dessas imagens complementará os dados detalhados que Hera coletará de Didymos e Dimorphos a partir de 2027, contribuindo significativamente para o nosso conhecimento sobre a dinâmica e a composição dos asteroides, bem como para o desenvolvimento de futuras estratégias de defesa planetária.
A missão Hera continua sua jornada, e os próximos anos prometem revelar detalhes cruciais sobre as consequências do impacto da DART em Dimorphos, dados que serão fundamentais para avaliarmos a viabilidade de técnicas de redirecionamento de asteroides como uma forma de proteger a Terra de futuras ameaças cósmicas.