A Mentira da Comida Cara: Como o Estado torna uma dieta saudável inacessível e depois se oferece como ‘solução’ – Noticiário 24H

A pergunta “uma dieta saudável é acessível?” tornou-se um mantra repetido em debates públicos e reportagens, quase sempre levando à mesma conclusão preguiçosa e perigosa: a de que o mercado falhou e que precisamos de mais intervenção estatal. A verdade, no entanto, é o exato oposto. Alimentos saudáveis não são inerentemente caros; eles são encarecidos sistematicamente pelo verdadeiro vilão da mesa do brasileiro: o próprio Estado.

A narrativa de que a “comida de verdade” é um artigo de luxo inacessível para os mais pobres serve como uma cortina de fumaça para ocultar os verdadeiros responsáveis pelo alto custo de vida no Brasil. Analisemos os fatos.

O primeiro e mais brutal imposto sobre os pobres é a inflação, uma criação puramente estatal. A política de gastos públicos desenfreados e a impressão de dinheiro pelo Banco Central corroem o poder de compra da moeda, fazendo com que o preço de tudo, especialmente dos alimentos, dispare. Dados do IBGE mostram uma inflação de alimentos persistente, e o custo da cesta básica, como apurado pelo DIEESE, consome uma fatia cada vez maior do salário mínimo. A culpa não é do agricultor ou do supermercado; é da má gestão econômica de Brasília.

O segundo fator é a carga tributária esmagadora. Cada fruta, legume ou pedaço de carne que chega à sua mesa carrega nas costas uma cascata de impostos (ICMS, PIS/Cofins) embutidos em toda a cadeia produtiva, desde o diesel do trator até a gôndola. O governo onera a produção de alimentos saudáveis e depois se espanta com o preço final. É o cúmulo da hipocrisia.

O terceiro elemento é a regulação sufocante. A complexa teia de licenças, normas sanitárias e burocracias cria uma barreira de entrada gigantesca para o pequeno produtor, o agricultor familiar que poderia vender seus produtos frescos a preços competitivos no mercado local. Esse sistema favorece as grandes corporações da indústria alimentícia, que têm exércitos de advogados para navegar pela burocracia e que nos empurram produtos ultraprocessados, muitas vezes beneficiados por subsídios.

Diante do problema que ele mesmo criou, o Estado se apresenta como o salvador, oferecendo “soluções” que apenas aprofundam a dependência. Programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, tornam-se paliativos necessários para mitigar um dano que não precisaria existir. O governo quebra as pernas do cidadão e depois lhe oferece uma muleta, esperando ser aplaudido por isso.

A solução para tornar a comida saudável acessível a todos não é mais Estado, mas menos. A resposta não está em mais programas sociais, mas em uma reforma radical que inclua: o fim da inflação através de uma política fiscal responsável, cortes drásticos de impostos sobre a produção e o consumo de alimentos, e uma desregulamentação massiva que permita ao pequeno produtor competir livremente.

Em um ambiente de livre mercado, a concorrência e a inovação fariam com que a “comida de verdade” se tornasse abundante e barata. A dieta saudável não é inacessível por natureza; ela é uma vítima da intervenção estatal.