A Bússola Moral Quebrada: Governo Lula ataca Israel por assentamentos e ignora tiranias aliadas – Noticiário 24H
Em mais uma demonstração de sua seletividade moral e de sua política externa guiada por ideologia, o governo Lula, através do Itamaraty, emitiu uma nota de veemente condenação a Israel. O motivo? O plano do governo israelense de retomar a construção de assentamentos na Cisjordânia, um ato que a diplomacia petista classificou como uma “grave afronta ao direito internacional”. A indignação, no entanto, soa oca e hipócrita quando contrastada com o silêncio obsequioso ou o apoio explícito que o mesmo governo dispensa a ditaduras e regimes autoritários que são seus aliados políticos.
O que estamos testemunhando não é uma defesa de princípios, mas um ato de puro teatro diplomático. Enquanto o governo brasileiro se apressa em condenar uma democracia consolidada no Oriente Médio por uma complexa disputa territorial, ele convenientemente ignora as violações sistemáticas de direitos humanos em Cuba, a perseguição de opositores na Venezuela ou a repressão brutal na Nicarágua. Para esses regimes, a régua moral do Itamaraty é outra: a da “não-interferência” e do “diálogo”.
A “afronta ao direito internacional” parece ser um conceito flexível para a diplomacia de Lula, aplicado com rigor contra nações alinhadas ao Ocidente e com total leniência para com os companheiros ideológicos do Foro de São Paulo ou dos BRICS. Não se vê a mesma indignação ou notas de repúdio quando a China esmaga as liberdades em Hong Kong ou quando a Rússia anexa territórios de um país soberano.
Essa postura de “dois pesos, duas medidas” não apenas destrói a credibilidade do Brasil como um ator internacional sério, mas também revela as verdadeiras prioridades do governo. A condenação a Israel não visa a paz no Oriente Médio; visa agradar a base de militantes de esquerda no Brasil e sinalizar para o “Sul Global” que o país se opõe ao Ocidente. É uma política externa feita para o consumo interno e para a plateia de fóruns internacionais, não para a defesa dos interesses nacionais.
Em um momento em que o Brasil enfrenta uma grave crise diplomática com os Estados Unidos, com tarifas que ameaçam a economia e sanções contra autoridades, a decisão de abrir mais um front de atrito com um aliado-chave dos EUA é, no mínimo, estrategicamente inepta. Ela reforça a percepção em Washington de que o governo brasileiro optou por um alinhamento com o eixo de nações autoritárias, tornando qualquer negociação futura ainda mais difícil.
A nota do Itamaraty, portanto, não é sobre a defesa dos palestinos. É sobre a defesa de um projeto de poder que utiliza a política externa como um megafone para sua própria ideologia, mesmo que o custo seja o isolamento do Brasil e a exposição de sua gritante hipocrisia no palco mundial.