A Diplomacia do Desespero: Lula apela a líderes estrangeiros em nova tentativa de contornar o fracasso com os EUA – Noticiário 24H
Diante da completa ineficácia de suas estratégias anteriores e do avanço da crise do “tarifaço”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prepara uma nova ofensiva diplomática: uma rodada de ligações a líderes de países emergentes e do chamado “Sul Global”. A iniciativa, vendida pelo Planalto como uma busca por “alternativas” e pela construção de uma frente unida, é, na realidade, um ato de desespero e a mais clara confissão de que o governo brasileiro fracassou em sua obrigação primária: a de manter uma relação pragmática e funcional com seu segundo maior parceiro comercial, os Estados Unidos.
Após semanas de declarações contraditórias, ameaças de retaliação que foram rapidamente abandonadas e a humilhação do cancelamento de uma reunião chave entre os ministérios da Fazenda dos dois países, o governo agora recorre ao telefone. A estratégia é a de tentar criar um bloco de pressão internacional ou, no mínimo, de buscar mercados alternativos para os produtos brasileiros taxados por Donald Trump.
No entanto, essa aposta na solidariedade do “Sul Global” ignora a dura realidade da geopolítica e do interesse nacional. Países como a Índia, a África do Sul ou nações do Sudeste Asiático possuem suas próprias e complexas relações comerciais e diplomáticas com os Estados Unidos. A ideia de que eles arriscariam sua estabilidade para entrar em uma briga comprada pela retórica hostil e pela inabilidade diplomática do governo brasileiro é, no mínimo, ingênua.
O que estamos testemunhando não é uma estratégia, mas uma performance. É o governo tentando criar uma narrativa para consumo interno, a de que está “lutando” e “não se curvando”, enquanto, na prática, já perdeu a batalha principal. A solução para a crise não virá de telefonemas para Nova Déli ou Pretória, mas de uma negociação séria e direta com Washington — algo que a atual gestão se provou incapaz de conduzir.
Enquanto o presidente se ocupa com essa diplomacia de gestos, a economia real sangra. O setor produtivo, refém da crise, aguarda por soluções concretas que não virão de discursos em fóruns internacionais ou de alianças ideológicas. A nova rodada de ligações de Lula não é um plano de ação; é a trilha sonora de um governo que, encurralado por seus próprios erros, agora busca em outros continentes uma saída para o labirinto que ele mesmo construiu.