O Guardião da Impunidade: Toffoli paralisa investigações de fraude bilionária no INSS e aguarda parecer de uma PGR cúmplice – Noticiário 24H
Em um ato que beira o deboche com os milhões de aposentados lesados e com o próprio conceito de Justiça, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, segue paralisando a “Operação Sem Desconto” — a mega investigação sobre a fraude bilionária nos benefícios do INSS. A justificativa para a inação é a de que ele “aguarda um parecer” da Procuradoria-Geral da República (PGR) para decidir o futuro do caso. A manobra é a mais pura encenação de um rito processual, pois o que está em curso é a asfixia calculada de uma investigação que ameaça chegar perto demais do poder.
A decisão monocrática de Toffoli de avocar para si todas as investigações sobre o esquema, que estavam espalhadas pelo país, já foi, por si só, um ato de centralização de poder sem precedentes. Agora, ao condicionar o andamento do caso a um parecer da PGR, ele efetivamente joga a chave da investigação no colo de um órgão que, sob a atual gestão, tem se notabilizado mais por sua lealdade ao governo do que por seu ímpeto investigativo.
O que estamos testemunhando é um jogo de empurra com cartas marcadas. Toffoli, um ministro indicado por Lula, suspende uma investigação que embaraça o governo e seus aliados no sindicalismo. Em seguida, ele passa a bola para uma PGR, cujo chefe também foi escolhido por Lula, para que ela dê um parecer “técnico” sobre o assunto. É o roteiro perfeito para que a investigação morra de inanição nos labirintos de Brasília, longe dos olhos da opinião pública.
Enquanto isso, a escala do crime, que já ultrapassa a cifra de R$ 6 bilhões em descontos indevidos de aposentados, continua a chocar o país. A Polícia Federal já havia deflagrado uma operação robusta, com centenas de mandados de busca e apreensão, e começava a desvendar a teia de cumplicidade entre associações de fachada, sindicatos e, possivelmente, servidores públicos. Toffoli, com uma única canetada, colocou um freio em tudo.
A “prudência” de aguardar a PGR é, na verdade, uma tática de procrastinação. A mensagem que o STF envia à sociedade é a de que, no Brasil, a velocidade da justiça é inversamente proporcional ao poder dos investigados. Para cidadãos comuns, o rigor da lei. Para os amigos do poder, a cortesia da inércia processual.
A retomada das investigações sobre a fraude no INSS, portanto, não depende de um parecer técnico. Depende da coragem e da independência das instituições, dois artigos que parecem cada vez mais escassos em Brasília.