A Fábrica de Desemprego: Congresso avança com a demagogia do fim da escala 6×1 e ameaça o seu emprego – Noticiário 24H

Em mais um capítulo da interminável saga de intervenção estatal nas relações privadas, a Câmara dos Deputados volta a debater nesta terça-feira o projeto de lei que propõe o fim da escala de trabalho 6×1. A proposta, vendida à população como uma nobre “conquista dos trabalhadores”, é, na verdade, um dos mais perigosos ataques à geração de empregos e à saúde de pequenas e médias empresas, um ato de populismo que ignora a realidade econômica para flertar com a utopia.

A ideia de trabalhar menos e ganhar o mesmo é, sem dúvida, sedutora. No entanto, a conta dessa “generosidade” legislativa não será paga pelos políticos em Brasília, mas pelo consumidor na gôndola do supermercado e, principalmente, pelo trabalhador que perderá seu emprego. A lógica é simples e implacável: ao proibir a escala 6×1, o Estado não elimina a necessidade do trabalho aos domingos e feriados em setores essenciais como o comércio, restaurantes, farmácias e hospitais. Ele apenas encarece brutalmente a mão de obra.

Para o pequeno empresário, que já luta para sobreviver em um dos piores ambientes de negócios do mundo, a nova regra significará um aumento drástico nos custos operacionais. Diante disso, as saídas são poucas e todas são ruins para a economia:

  1. Repassar o Custo: O comerciante aumentará os preços de seus produtos e serviços para cobrir a nova despesa com pessoal, gerando mais inflação e corroendo o poder de compra de todos.
  2. Contratar Menos: O empresário pensará dez vezes antes de abrir uma nova vaga, optando por operar com uma equipe sobrecarregada ou investindo em automação (totens de autoatendimento, por exemplo) para substituir o trabalho humano que se tornou caro demais.
  3. Mergulhar na Informalidade: Muitos pequenos negócios serão forçados a operar na ilegalidade, contratando funcionários sem carteira assinada para escapar da nova regra, o que deixa o trabalhador sem qualquer proteção.

O que os defensores do projeto convenientemente esquecem é que a relação de trabalho é um contrato voluntário entre duas partes. Se um indivíduo aceita trabalhar em uma escala 6×1 em troca de um salário, é porque, em sua avaliação, aquela é a melhor opção disponível para ele. O Estado, ao proibir essa modalidade de acordo, não está “libertando” o trabalhador; está eliminando uma de suas opções, muitas vezes a única.

A solução para a melhoria das condições de trabalho no Brasil não virá de mais leis e mais proibições que engessam o mercado. Virá de mais liberdade econômica, de menos impostos e de um ambiente que incentive a criação de tantas empresas e tantos empregos que a competição por mão de obra eleve, naturalmente, os salários e os benefícios.

O projeto do fim da escala 6×1 é a antítese disso. É a receita para o desemprego, para a inflação e para a informalidade, tudo embrulhado em um discurso populista de “direitos”. É a prova de que, muitas vezes, o maior inimigo do trabalhador é o Estado que diz protegê-lo.