Cegueira infantil: 80% dos casos são evitáveis; conheça os sintomas que são um alerta urgente – Noticiário 24H
Um dado alarmante da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de entidades como o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) serve como um alerta urgente para pais e responsáveis em todo o Brasil: estima-se que até 80% dos casos de cegueira e deficiência visual grave em crianças poderiam ser evitados ou tratados se fossem diagnosticados a tempo. A informação joga luz sobre a importância crítica do acompanhamento oftalmológico desde os primeiros dias de vida.
Muitos problemas que levam à perda de visão na infância, como catarata congênita, glaucoma congênito, retinopatia da prematuridade e até mesmo altos graus de miopia ou astigmatismo, podem ser corrigidos com sucesso se identificados precocemente. O sistema visual de uma criança se desenvolve intensamente até por volta dos 7 anos, e qualquer obstáculo nesse processo pode deixar sequelas permanentes.
O grande desafio é que crianças pequenas, especialmente bebês, não sabem comunicar que não estão enxergando bem. Por isso, a responsabilidade de observar os sinais de alerta recai inteiramente sobre os pais, cuidadores e pediatras.
Sintomas e Sinais de Alerta: O que os pais devem observar?
Ficar atento a certos comportamentos e aparências é fundamental. Procure um oftalmologista pediátrico imediatamente se notar qualquer um dos seguintes sinais:
- Reflexo esbranquiçado no olho (Leucocoria): Visível principalmente em fotos com flash, um reflexo branco na pupila (a “menina do olho”) em vez do tradicional “olho vermelho” é um sinal de alerta máximo. Pode indicar doenças graves como catarata congênita e retinoblastoma (um tipo de câncer ocular).
- Desvio Ocular (Estrabismo): Qualquer desvio constante em um ou ambos os olhos após os 4 meses de idade não é normal e precisa ser investigado.
- Lacrimejamento excessivo e sensibilidade à luz (Fotofobia): Olhos que lacrimejam constantemente e uma grande aversão a ambientes claros podem ser sintomas de glaucoma congênito.
- Aproximar-se muito de objetos: Se a criança precisa chegar muito perto da TV, de livros ou de brinquedos para enxergar, pode ser um sinal de miopia.
- Falta de interesse visual: Se o bebê não fixa o olhar no rosto dos pais ou não acompanha objetos com os olhos após os 3 meses de vida.
- Coceira constante nos olhos: Pode indicar alergias ou outros problemas que, se não tratados, podem levar a danos na córnea.
- Franzir a testa ou inclinar a cabeça: São tentativas da criança de compensar a dificuldade de foco para enxergar melhor.
- Quedas e tropeços frequentes: Dificuldade em perceber degraus ou obstáculos pode estar ligada a problemas de visão.
A Importância do Teste do Olhinho e das Consultas Regulares
O primeiro passo na prevenção é o Teste do Reflexo Vermelho, popularmente conhecido como “Teste do Olhinho”. Obrigatório por lei, ele deve ser realizado ainda na maternidade, na rede pública ou privada. O exame é simples, rápido e indolor, e é capaz de detectar precocemente diversas doenças.
Além do teste na maternidade, a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) recomenda um calendário de exames oftalmológicos completos: um no primeiro ano de vida, outro entre 3 e 5 anos, e depois anualmente.
A mensagem é clara: a visão do seu filho depende da sua atenção. Diante de qualquer um dos sinais de alerta, não hesite. A intervenção precoce é a ferramenta mais poderosa para garantir um futuro com visão saudável para as crianças.