A Inquisição Laica: Vazamento de áudios de Malafaia e Bolsonaro mira o alvo real: o eleitor evangélico – Noticiário 24H
O vazamento seletivo de conversas privadas entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia, que inundou a imprensa nesta semana, não é um furo de reportagem; é um ato de guerra política. A operação, orquestrada para gerar o máximo de escândalo, tem um alvo muito mais amplo e estratégico do que a simples desmoralização de duas figuras da oposição. O verdadeiro objetivo desta manobra é intimidar, silenciar e, se possível, fragmentar o bloco social e político mais coeso e resistente ao governo Lula: a comunidade evangélica.
A narrativa vendida pela grande mídia é a de uma “trama golpista” revelada. A realidade, no entanto, é a de um crime sendo cometido em plena luz do dia: a violação de comunicações privadas e seu uso como arma para o assassinato de reputações. O que está em jogo não é a legalidade das conversas, mas a ilegalidade do seu vazamento e, principalmente, a intenção por trás dele.
Não é coincidência que este ataque ocorra em um momento de extrema fragilidade do governo petista, que amarga baixos índices de popularidade e enfrenta uma crise de governabilidade. Incapaz de dialogar e conquistar o apoio do segmento evangélico que, em sua maioria, rejeita a pauta progressista do PT, o governo e seus aliados no aparato estatal parecem ter optado por outra estratégia: a da intimidação.
Ao expor as conversas de um dos maiores líderes evangélicos do país com o principal nome da oposição, a mensagem enviada a milhões de fiéis é clara e brutal: “Nós estamos ouvindo. Cuidado com quem vocês apoiam. Cuidado com o que vocês falam”. É a criação de um clima de medo, a tentativa de associar a fé e a convicção política conservadora à pecha de “golpismo” e “antidemocracia”.
Este episódio é a continuação da mesma estratégia que vimos na perseguição a jornalistas, na censura de parlamentares e na asfixia de vozes dissidentes nas redes sociais. A diferença é que, agora, o ataque mira o púlpito. É uma tentativa de calar não apenas os políticos, mas também os pastores, transformando a liberdade de consciência e de religião em um ato de risco.
O vazamento dos áudios de Malafaia e Bolsonaro, portanto, não é sobre justiça. É sobre poder. É sobre a tentativa desesperada de um governo impopular de neutralizar um segmento da população que ele não consegue controlar nem seduzir. É a Inquisição Laica do século XXI, onde o crime não é a heresia, mas a simples recusa em se curvar à cartilha do poder vigente.