O Rei e seu Peão: PT confessa que candidatura de Haddad em SP é apenas um degrau para a reeleição de Lula – Noticiário 24H

Em um raro e assustador momento de sinceridade, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, rasgou o véu da hipocrisia e admitiu, em alto e bom som, o verdadeiro propósito da candidatura de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo: servir de palanque e de base de apoio para a reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2026. A declaração não é uma mera opinião; é a confissão explícita de que, para o Partido dos Trabalhadores, a maior cidade do país não é um fim em si mesma, mas um mero peão no tabuleiro do poder.

A fala de Hoffmann, que defendeu a candidatura de Haddad como “estratégica” para “ajudar o presidente Lula”, expõe a mais pura lógica do aparelhamento. Para o PT, a gestão dos problemas reais de 12 milhões de paulistanos o caos no transporte, a crise na saúde, a epidemia de criminalidade na cracolândia é secundária. A prioridade é a conquista da máquina administrativa de São Paulo para colocá-la a serviço do projeto de poder nacional, da perpetuação do lulismo no Palácio do Planalto.

O que assistimos não é a apresentação de um projeto para a cidade, mas a convocação para uma guerra por procuração. A eleição municipal de 2025, na visão do PT, não será um debate sobre o futuro de São Paulo, mas um plebiscito sobre o governo federal. Haddad não é apresentado como um gestor para os problemas locais, mas como um soldado leal ao seu comandante.

Essa mentalidade predatória, que vê as prefeituras e os governos estaduais não como entes autônomos, mas como feudos a serem conquistados para fortalecer o poder central, é a raiz da tragédia da política brasileira. Ela subordina o interesse do cidadão local ao interesse do partido. O eleitor paulistano não está sendo chamado a escolher o melhor prefeito para sua cidade, mas a fortalecer um projeto político que, a julgar pelos resultados atuais, tem se mostrado desastroso para o país.

A declaração de Gleisi Hoffmann é um desserviço a Fernando Haddad, que agora carrega o fardo de ser oficialmente o “candidato de Lula”, mas é um serviço inestimável à verdade. Ela revela, sem filtros, como o PT enxerga o poder e a democracia: não como um fim para servir ao povo, mas como um meio para servir a si mesmo. A sinceridade, neste caso, é a mais dura das acusações.