Entenda o Caso: Irmã de Milei é citada em denúncia de corrupção que abala o governo argentino – Noticiário 24H
O governo do presidente Javier Milei enfrenta sua primeira grande crise institucional após o vazamento de áudios que levaram à abertura de uma investigação judicial sobre um suposto esquema de corrupção na compra de medicamentos. O caso ganhou grande repercussão por envolver o nome de Karina Milei, irmã do presidente e Secretária-Geral da Presidência, uma das figuras mais influentes da Casa Rosada.
O Início: Os Áudios Vazados
A crise teve início com a divulgação de gravações de áudio atribuídas a Diego Spagnuolo, então diretor da Agência Nacional de Deficiências (Andis) e amigo pessoal do presidente. Nos áudios, Spagnuolo detalha um suposto esquema de cobrança de propinas a fornecedores de medicamentos para pessoas com deficiência.
Segundo o conteúdo das gravações, os laboratórios seriam pressionados a pagar um “retorno” para garantir contratos com o governo. A parte mais grave da denúncia é a menção de que uma fatia de 3% desse valor seria destinada diretamente a Karina Milei.
A Reação do Governo e da Justiça
Imediatamente após o vazamento, o governo agiu rápido: Diego Spagnuolo foi demitido de seu cargo na Andis, e o órgão passou por um processo de intervenção. Em nota oficial, o governo não comentou diretamente as acusações contra Karina Milei, mas classificou o vazamento como uma manobra da oposição para gerar instabilidade política às vésperas das importantes eleições legislativas de outubro.
A Justiça argentina, por sua vez, agiu com celeridade. O Ministério Público Federal abriu uma investigação formal para apurar os crimes de corrupção e abuso de autoridade. Na sequência, a polícia realizou operações de busca e apreensão em diversos endereços ligados aos investigados, incluindo a residência de Spagnuolo, onde foram apreendidos celulares, computadores e documentos. Segundo a imprensa argentina, valores em dinheiro também foram encontrados com um dos investigados.
O Que Acontece Agora?
O caso está oficialmente nas mãos da Justiça Federal argentina, que agora analisa o material apreendido para dar prosseguimento às investigações. Diego Spagnuolo, através de seus advogados, tem negado as acusações, enquanto Karina Milei, até o momento, não se pronunciou diretamente sobre o teor dos áudios.
O escândalo surge em um momento delicado para o governo Milei, que se elegeu com um forte discurso anticorrupção e de combate à “casta política”. O desenrolar das investigações nas próximas semanas será crucial para determinar o impacto político da crise e a veracidade das graves acusações que atingem o núcleo do poder na Argentina.