Tarifaço: Governo Lula Teme Humilhação em Possível Telefonema com Donald Trump – Noticiário 24H

A fachada de “protagonismo global” e a retórica de enfrentamento do governo Lula se desfazem diante da dura realidade da política de poder. Com o prazo para o “tarifaço” de Donald Trump se esgotando, um artigo do jornal O Globo revela o que de fato paralisa o Palácio do Planalto: não é a falta de argumentos, mas o puro e simples medo de que o presidente brasileiro seja “tratado de forma desrespeitosa” pelo líder americano.

Segundo a reportagem, que cita fontes do governo, a possibilidade de um telefonema entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, embora exista, é vista como um último recurso arriscado. O temor é fundamentado em precedentes: o governo brasileiro recorda como Trump “humilhou” líderes de outros países em transmissões ao vivo e, de forma mais direta, como a Casa Branca simplesmente ignorou cartas e felicitações oficiais enviadas por Lula e pelo chanceler Mauro Vieira.

Essa apreensão revela uma profunda fraqueza na postura diplomática do Brasil. A hesitação em iniciar um contato direto, a menos que haja a “certeza de que o presidente atenderia”, não é um sinal de prudência estratégica, mas de pavor da rejeição e da humilhação pública. Em uma negociação de alto risco, onde a economia do país está em jogo, a preocupação primária da liderança parece ser a de proteger o ego presidencial, e não os interesses nacionais.

A situação expõe a contradição de uma política externa que, ao mesmo tempo em que busca alinhamento com regimes antiocidentais e critica a “dolarização”, se mostra incapaz de lidar com a pragmática e dura realidade da diplomacia com a maior potência do mundo. A recusa em discutir a raiz do problema apontada por Trump — a situação judicial de Jair Bolsonaro — cria um impasse onde a retórica de “não interferência” serve de desculpa para a inação, enquanto a economia brasileira se prepara para sofrer o impacto.

A nova estratégia cogitada pelo Planalto, de só telefonar depois que as tarifas de 50% entrarem em vigor, é a confissão de uma derrota tática. Em vez de agir para prevenir o dano, o governo opta por negociar já em uma posição de subjugo, com as sanções em vigor.

No fim das contas, a crise do “tarifaço” expõe menos a força de Trump e mais a fragilidade de um governo que, por trás dos discursos inflamados para sua militância, revela-se temeroso, desorganizado e incapaz de engajar na arena internacional com a fibra que a defesa do Brasil exige. O medo de um telefonema se tornou o símbolo de uma política externa paralisada.