Crescimento de dengue e chikungunya sobrecarrega saúde em Fortaleza – Noticiário 24H
Fortaleza e a região metropolitana enfrentam um preocupante aumento nos casos de dengue e chikungunya, exercendo uma pressão extrema sobre o já fragilizado sistema de saúde municipal e estadual. Unidades de pronto atendimento (UPAs), hospitais e postos de saúde registram uma procura crescente por atendimento, com pacientes muitas vezes enfrentando longas filas e dificuldades para receber o tratamento adequado.
O cenário epidemiológico, agravado pelas recentes chuvas e pelas condições sanitárias em algumas áreas da cidade, expõe a vulnerabilidade da população e a necessidade urgente de ações coordenadas para conter a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor das duas doenças. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) têm intensificado as campanhas de conscientização e as ações de combate ao mosquito, como a eliminação de focos de água parada e a aplicação de larvicidas. No entanto, a velocidade de transmissão das doenças parece superar a capacidade de resposta do poder público.
A sobrecarga no sistema de saúde se manifesta de diversas formas: falta de leitos para internação nos casos mais graves, dificuldade no acesso a exames laboratoriais para confirmação diagnóstica e escassez de profissionais de saúde para atender a demanda. Relatos de pacientes esperando por horas em corredores de hospitais e de unidades de pronto atendimento tornaram-se comuns, evidenciando a crise.
Além da pressão assistencial, a alta incidência de dengue e chikungunya impacta a saúde pública de outras maneiras. O afastamento de trabalhadores por conta das doenças afeta a produtividade e sobrecarrega ainda mais os serviços essenciais. A busca por atendimento médico e a necessidade de internação geram custos significativos para o sistema de saúde, que já opera com recursos limitados.
Diante desse quadro crítico, especialistas em saúde pública defendem a necessidade de um esforço conjunto e integrado, envolvendo não apenas o poder público, mas também a sociedade civil. A conscientização da população sobre a importância da eliminação dos focos do mosquito em suas residências e locais de trabalho, o reforço das ações de fiscalização e controle vetorial, e o investimento em infraestrutura e pessoal para fortalecer a rede de atenção à saúde são medidas urgentes e indispensáveis para enfrentar essa epidemia e evitar um colapso ainda maior do sistema em Fortaleza e no Ceará.