O Custo da Ineficiência: Listas de espera do SUS crescem e expõem falência do modelo de gestão estatal na saúde – Noticiário 24H

Enquanto o debate público sobre saúde no Brasil frequentemente se desvia para discussões sobre o aumento de verbas, um problema crônico e sintomático da falência do modelo estatal se agrava silenciosamente: as gigantescas e desumanas filas de espera por consultas, exames e cirurgias no Sistema Único de Saúde (SUS). Dados de diversas secretarias estaduais e levantamentos de conselhos de medicina revelam um cenário de paralisia, onde milhões de brasileiros aguardam por procedimentos, muitos vendo sua condição de saúde se deteriorar no processo.

A existência de filas massivas não é um problema de “subfinanciamento”, como a narrativa estatista insiste em repetir, mas sim um resultado inevitável de um sistema de gestão centralizado, burocrático e ineficiente. A máquina pública, com suas amarras, falta de incentivos para a produtividade e vulnerabilidade à corrupção e ao aparelhamento político, mostra-se incapaz de alocar recursos de forma inteligente e de gerir a complexa logística que a saúde de um país continental exige.

Um estudo recente do Instituto de Estudos de Políticas de Saúde (IEPS) aponta que a dificuldade de acesso a especialistas e a exames de média e alta complexidade é um dos principais gargalos do sistema. O cidadão paga seus impostos — uma das cargas tributárias mais altas do mundo — e, em troca, recebe do Estado não o serviço, mas um lugar em uma fila que pode levar meses ou até anos para andar.

Esta crise expõe a falácia de que o Estado pode ser o único provedor de um serviço tão essencial. A proibição ou dificuldade para a criação de modelos de saúde mais acessíveis, a regulamentação excessiva que encarece os planos privados e a hostilidade a soluções de mercado, como os vouchers de saúde, criam um monopólio estatal de fato que condena a população de menor renda a depender exclusivamente de sua ineficiência.

A solução para as filas do SUS não virá com mais do mesmo: mais dinheiro público para alimentar uma máquina burocrática quebrada. A solução real passa por uma reforma estrutural que introduza mecanismos de mercado, competição e liberdade de escolha. Permitir que hospitais filantrópicos e privados compitam para atender pacientes do SUS em um sistema de vouchers, desregulamentar o setor para baratear os planos de saúde e focar o papel do Estado na fiscalização e na atenção primária, em vez de tentar ser o executor de tudo, são caminhos lógicos.

Manter o modelo atual, celebrando pequenas reduções na fila como “vitórias” enquanto milhões continuam a esperar, é condenar o brasileiro a um sistema que, na prática, raciona o acesso à saúde não pelo preço, mas pelo tempo — um custo que, para muitos, é pago com a própria vida.