Rendimento acima da inflação: FGTS injetará R$ 12,9 bilhões nas contas de 134 milhões de trabalhadores – Noticiário 24H
Decisão do Conselho Curador garante repasse de 95% do lucro do fundo em 2024, elevando a rentabilidade anual para 6,05%, superando a inflação do período. Depósitos devem ocorrer até o fim de agosto, com possibilidade de antecipação pela Caixa.
Em uma decisão que trará um alívio financeiro para milhões de brasileiros, o Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) selou o destino de seu resultado positivo de 2024. Foi aprovada nesta quinta-feira (24) a distribuição de R$ 12,9 bilhões, o equivalente a 95% do lucro líquido de R$ 13,6 bilhões apurado no último ano. O montante será creditado diretamente nas contas de 134 milhões de trabalhadores, transformando o rendimento do fundo em um investimento com ganho real e superior à poupança no período.
O repasse, que deve ser concluído até o final de agosto, embora a Caixa Econômica Federal trabalhe com a possibilidade de antecipar os depósitos já para julho, representa um complemento significativo à rentabilidade tradicional do FGTS, de 3% ao ano mais a Taxa Referencial (TR). Com a injeção dos lucros, o rendimento total das contas em 2024 alcançará 6,05%, patamar que supera com folga a inflação oficial de 4,83% registrada no mesmo ano.
Quem tem direito e como calcular o valor
Terão direito ao crédito todos os trabalhadores que possuíam saldo em suas contas do FGTS, sejam elas ativas ou inativas, na data de 31 de dezembro de 2024. A lógica da distribuição é simples e proporcional: quanto maior o saldo na conta no final do ano passado, maior será o valor a ser recebido.
Para o trabalhador que desejar calcular o valor exato, a conta é direta: basta multiplicar o saldo existente em 31/12/2024 pelo índice de 0,02042919. Por exemplo, uma conta com R$ 10.000 de saldo receberá um crédito de R$ 204,29. A consulta dos valores pode ser feita de forma prática pelo aplicativo “FGTS” ou diretamente no site da Caixa.
Análise do resultado: um lucro menor, mas com forte função social
Apesar da boa notícia para o trabalhador, o lucro líquido de R$ 13,6 bilhões em 2024 representou uma queda de 41,8% em relação ao resultado recorde de R$ 23,4 bilhões obtido em 2023. A explicação para essa redução está na própria dinâmica operacional e social do fundo.
Segundo a Caixa, agente operador do FGTS, a queda foi motivada principalmente pelo aumento dos gastos com subsídios para o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, reforçando o papel do fundo no financiamento de políticas públicas. Além disso, o resultado de 2023 havia sido inflado por uma receita atípica e extraordinária, proveniente de um investimento no projeto Porto Maravilha, no Rio de Janeiro.
O balanço também mostrou um cenário de maior movimentação dos recursos. Enquanto a arrecadação cresceu 9%, impulsionada pela melhora no mercado de trabalho e nos salários, os saques aumentaram em 15%. Essa alta foi puxada pela contínua adesão à modalidade Saque-Aniversário e pelas retiradas emergenciais decorrentes da calamidade climática no Rio Grande do Sul, demonstrando a importância do fundo como uma reserva estratégica para os trabalhadores em momentos de necessidade.