A Estratégia do Xeque-Mate: Provocado por Lula, Trump usa tarifas para encurralar a elite brasileira e forçar um recuo de Brasília e da Elite – Noticiário 24H
Analisar a guerra comercial de Donald Trump contra o Brasil sob a ótica do protecionismo tradicional é perder o ponto central da jogada. O que está em curso não é uma política econômica, mas uma sofisticada estratégia de geopolítica: um xeque-mate calculado, provocado pelas próprias bravatas do governo brasileiro. O objetivo de Trump não é simplesmente punir o Brasil, mas sim instrumentalizar o poder econômico para forçar a elite produtiva do país a confrontar o crescente autoritarismo do Judiciário e a retórica hostil do Planalto.
É crucial entender que a ofensiva de Trump não surgiu no vácuo. Ela é a resposta direta a uma série de provocações da diplomacia de Lula, que culminaram na “gota d’água”: o discurso em defesa da “desdolarização” do comércio global, feito durante a cúpula dos Brics. Para uma administração americana focada na manutenção de sua hegemonia, essa declaração foi interpretada não como uma sugestão econômica, mas como um desafio direto, que exigia uma resposta à altura.
A tática dessa resposta é clara. Ao invés de aplicar uma tarifa generalizada, Trump mirou em setores de alta relevância para a balança comercial, controlados por grupos com enorme influência política no Brasil. O agronegócio exportador e a indústria são os alvos primários. O objetivo não é destruir a economia brasileira, mas infligir dor suficiente nos atores mais poderosos para que eles, em defesa de seus próprios interesses, façam o trabalho que a diplomacia americana não conseguiu: forçar o governo Lula a ceder.
As isenções seletivas, como a da Embraer, são a prova cabal dessa estratégia. Longe de serem um sinal de fraqueza, elas são um aviso. Ao poupar certos setores, Trump evita unificar todo o setor privado contra ele, aplicando uma tática de “dividir para conquistar”, e deixa implícito que, caso o governo brasileiro “dobre a aposta”, a caneta pode voltar a funcionar e taxar tudo.
Isso coloca o governo Lula em uma posição insustentável. Agora, o Planalto está encurralado entre duas forças: a pressão externa de Trump, que exige concessões em temas de soberania, e a pressão interna da elite econômica, que vê seus lucros desaparecerem. Qualquer que seja a escolha, o governo perde. Se ceder, sofrerá uma humilhação política. Se não ceder, enfrentará a fúria do poder econômico do país.
Portanto, as tarifas são muito menos sobre comércio e muito mais sobre poder. São a consequência das bravatas de Lula e uma resposta dura à percepção de que o Brasil se desvia de normas democráticas. Trump está usando a única linguagem que, em sua visão, a política pragmática entende: a econômica. É um xeque-mate onde os peões sacrificados são setores da economia brasileira, e o alvo final é a “ditadura de Moraes” e a estrutura de poder que a sustenta.