Sean ‘Diddy’ Combs pede anulação de condenação, alegando que seu caso é ‘sem precedentes’ e que pagar por sexo consensual não é prostituição – Noticiário 24H

Os advogados de Sean “Diddy” Combs entraram com uma moção na Justiça dos EUA pedindo que a condenação do rapper por violar a Lei Mann — um estatuto federal contra o transporte para fins de prostituição — seja anulada. A defesa argumenta que a condenação é “sem precedentes” e inconstitucional, afirmando que os atos em questão foram consensuais entre adultos e não constituem prostituição.

Na petição de 62 páginas, a equipe jurídica de Combs alega que o caso é atípico porque o rapper “não ganhou dinheiro” com a atividade, não havia menores de idade envolvidos e os profissionais do sexo contratados “escolheram viajar e se envolver na atividade voluntariamente”. A defesa sustenta que a absolvição de Combs das acusações mais graves de extorsão e tráfico sexual no início do mês prova que não houve coação contra suas ex-namoradas, incluindo a cantora Cassie Ventura.

“As provas apresentadas no julgamento demonstraram que [Combs] contratava normalmente os serviços de acompanhantes ou dançarinos masculinos (…) que os homens eram pagos por seu tempo, que gostavam das atividades e tinham amizades” com as mulheres envolvidas, afirma o documento. A defesa classifica os vídeos gravados por Combs como “pornografia amadora” e argumenta que “pagar pessoas para filmá-los em performances sexuais é protegido pela Primeira Emenda [da Constituição dos EUA, que garante a liberdade de expressão]”.

Caso a anulação seja negada, os advogados pedem a realização de um novo julgamento, focado exclusivamente nas acusações da Lei Mann. Eles argumentam que o júri foi contaminado pelo “grave prejuízo indireto” de “evidências inflamatórias” relacionadas às acusações de tráfico das quais ele foi inocentado.

Esta argumentação contrasta diretamente com a visão da promotoria. Durante o julgamento, a então promotora Maureen Comey afirmou que era “bom senso” que Combs pagava por sexo comercial, e não por “uma conversa estimulante”. Ela apresentou como prova mensagens de texto onde o magnata da música reclamava do desempenho de um acompanhante e alertava sua namorada para se certificar de que os homens contratados não eram policiais disfarçados, o que, segundo a promotoria, demonstra que ele sabia que estava cometendo um ato ilegal.

Enquanto a moção é analisada pelo juiz, Combs, que está preso, também solicitou ser libertado sob uma fiança de US$ 50 milhões até sua sentença, marcada para 3 de outubro.