A Confissão Autoritária do PT: Crítica a Bolsonaro revela nostalgia de um Executivo imperial que controlava o Congresso pelo cofre – Noticiário 24H
A recente declaração de um líder do PT, acusando o ex-presidente Jair Bolsonaro de “dar ao Congresso atribuições de presidente”, é uma das mais reveladoras confissões do pensamento autoritário e centralizador que rege o partido. A crítica, que pretendia pintar Bolsonaro como um líder fraco, na verdade expõe a nostalgia petista por um modelo de poder onde o Executivo subjugava o Legislativo através do controle absoluto do orçamento, o mesmo mecanismo que foi o epicentro dos maiores escândalos de corrupção da história do país.
O que o líder petista chama pejorativamente de “dar poder ao Congresso” foi, na realidade, um dos avanços mais significativos para o reequilíbrio republicano das últimas décadas: a consolidação do orçamento impositivo. Essa mudança retirou das mãos do Presidente da República o poder discricionário de liberar ou reter verbas, como as emendas parlamentares, de acordo com seus interesses políticos.
Durante os governos do PT, esse controle do cofre era a principal ferramenta do chamado “presidencialismo de coalizão”, um eufemismo para o balcão de negócios fisiológico que culminou em escândalos como o Mensalão. A liberação de verbas era usada como moeda de troca para garantir a lealdade do Congresso, subvertendo o papel do parlamentar como representante de seus eleitores e transformando-o em um mero despachante de interesses do Palácio do Planalto.
Ao abrir mão desse poder, o governo Bolsonaro, voluntariamente ou não, contribuiu para desmantelar essa engrenagem. O orçamento impositivo devolveu ao Congresso a prerrogativa que a Constituição lhe confere: a de decidir sobre a alocação de recursos. Um parlamentar agora tem a garantia de que a verba destinada para um hospital em sua cidade não será bloqueada por um presidente contrariado. Isso fortalece o Legislativo, a representação popular e o federalismo.
A crítica do PT, portanto, não é uma defesa da força da Presidência, mas uma defesa do poder de coação do presidente. O partido lamenta ter perdido a “caneta” que usava para manter o Congresso sob seu controle. A fala do líder petista não é uma denúncia, é um lamento saudosista por um modelo de poder imperial que, felizmente, foi enfraquecido.
O que o PT enxerga como uma “fraqueza” de Bolsonaro, uma análise séria das instituições enxerga como um fortalecimento da República. Uma democracia saudável não se mede pela força de um presidente que manda em tudo e em todos, mas pelo vigor de poderes independentes e equilibrados. A crítica petista, no fim das contas, é o maior elogio que se poderia fazer a uma mudança que tornou o Brasil um pouco menos dependente da vontade de um único homem.