Estudo sobre TDAH expõe o fracasso do modelo escolar estatal: Mudar de turno não adianta nada – Noticiário 24H
Uma robusta pesquisa brasileira, publicada no prestigiado periódico European Child & Adolescent Psychiatry, acaba de fornecer uma prova científica contundente para algo que muitas famílias já suspeitavam: a rigidez do modelo escolar estatal é fundamentalmente inadequada para lidar com a diversidade neurológica dos alunos. O estudo concluiu que uma das “soluções” mais comuns propostas para estudantes com TDAH — mudá-los do turno da manhã para o da tarde — é completamente ineficaz.
A investigação, que acompanhou 2.240 estudantes, revelou que, enquanto alunos neurotípicos de fato se beneficiam academicamente ao estudar à tarde (em maior sincronia com seu relógio biológico), o mesmo não acontece com aqueles que apresentam sintomas de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. Para eles, as dificuldades de aprendizado e os resultados escolares medíocres persistem, independentemente do horário.
Nas palavras de Maurício Scopel Hoffmann, pesquisador que liderou o estudo, foi constatada a existência de um “teto” para os estudantes com TDAH. Esta é a confissão científica de que o problema não é o relógio, mas a sala de aula. O modelo de ensino fabril — com fileiras de carteiras, aulas expositivas e a exigência de atenção passiva e prolongada — é hostil a uma mente que funciona de forma diferente. Mudar o aluno de turno dentro da mesma estrutura opressora é como trocar a cor das grades de uma prisão esperando que o prisioneiro se sinta livre.
Este estudo, apoiado pela FAPESP, é um dos argumentos mais fortes já produzidos no Brasil a favor da liberdade educacional. Se o sistema único e padronizado do Estado comprovadamente falha em atender às necessidades de uma parcela significativa da população (estima-se que 7,6% das crianças brasileiras tenham o transtorno), a conclusão lógica não é buscar novos paliativos burocráticos, mas sim desmantelar o monopólio estatal sobre a educação.
O “efeito bola de neve” descrito pelo pesquisador — onde a dificuldade na escola leva a problemas sociais, ansiedade e depressão na vida adulta — é, em grande parte, induzido pelo próprio sistema. A escola, que deveria ser um local de potencialização, torna-se o epicentro do fracasso para essas crianças, por pura incapacidade de adaptação do modelo.
A verdadeira intervenção não farmacológica e eficaz para um aluno com TDAH não é uma simples troca de horário. É a liberdade. A liberdade para que seus pais possam escolher, com os recursos que já são compulsoriamente extraídos deles via impostos, um modelo educacional que funcione para seu filho. Seja uma escola com turmas menores, com métodos pedagógicos alternativos, com mais atividades práticas ou até mesmo o homeschooling.
Enquanto o Estado insistir em sua abordagem “um tamanho serve para todos”, estudos como este continuarão a comprovar o óbvio: a falha não está no aluno que não se encaixa no sistema; está no sistema que se recusa a se adaptar ao indivíduo.