A Armadilha dos Suplementos: 5 verdades que a indústria não quer que você saiba antes de tomar – Noticiário 24H

Em uma era de busca incessante pelo corpo perfeito e pela saúde otimizada, a indústria de suplementos alimentares explodiu, transformando potes de whey protein, cápsulas de vitaminas e pílulas “naturais” em itens onipresentes em lares e academias. No entanto, por trás do marketing agressivo e das promessas de resultados milagrosos, esconde-se uma realidade que a maioria dos consumidores ignora: suplementos não são produtos inofensivos e seu uso indiscriminado pode trazer sérios riscos à saúde.

Antes de gastar seu dinheiro e, potencialmente, comprometer seu bem-estar, aqui estão cinco verdades cruciais que todos deveriam saber.

1. Suplemento não é comida e nem remédio (e a ANVISA fiscaliza)

A primeira e mais importante lição é entender a classificação correta. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), “suplementos alimentares não são medicamentos e, por isso, não servem para tratar, prevenir ou curar doenças”. Eles são destinados a pessoas saudáveis para complementar a dieta. Qualquer produto que prometa curas milagrosas ou efeitos terapêuticos está em situação irregular e pode ser perigoso.

2. O mito do ‘natural que não faz mal’

A palavra “natural” é uma das ferramentas de marketing mais eficazes e enganosas. O fato de um composto ser extraído de uma planta não o torna seguro. Muitas substâncias naturais podem ser tóxicas em altas doses, causar reações alérgicas ou interagir perigosamente com medicamentos. A ANVISA reforça constantemente os riscos de produtos “naturais” irregulares, que podem conter substâncias não declaradas ou em dosagens perigosas.

3. Autosuplementação é automedicação: os riscos são reais

Comprar um suplemento por conta própria, baseado na recomendação de um influenciador digital ou de um amigo de academia, é uma forma de automedicação. Um estudo publicado na Revista Brasileira de Nutrição Esportiva em 2024 evidenciou o alto consumo de suplementos sem orientação profissional. O uso excessivo de proteína pode sobrecarregar rins e fígado; altas doses de vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K) podem ser tóxicas; e termogênicos podem causar arritmias cardíacas e ansiedade.

4. A importância crucial da orientação profissional

Apenas um médico ou nutricionista pode, através de exames e de uma avaliação completa, identificar se você realmente precisa de suplementação. “A suplementação, como o nome indica, é para suplementar a alimentação e não substituí-la”, alertou a nutricionista Dra. Renata Metzler em um comunicado da Secretaria de Saúde do DF. Um profissional irá calcular a dose correta para suas necessidades individuais e garantir que o suplemento não irá interagir negativamente com outros medicamentos que você possa estar tomando.

5. Desconfie de promessas milagrosas e do mercado ilegal

Se um produto promete resultados rápidos e fáceis (“seque 10kg em uma semana”, “ganhe massa muscular sem esforço”), desconfie. A ANVISA possui uma lista de alegações proibidas para suplementos, que incluem emagrecimento, aumento de musculatura e melhora de funções sexuais. Além disso, a compra de suplementos de fontes não confiáveis ou do mercado paralelo aumenta exponencialmente o risco de adquirir produtos falsificados ou contaminados.

A conclusão é clara: a suplementação pode ser uma ferramenta útil quando bem indicada, mas a responsabilidade com a própria saúde é intransferível. A verdadeira base para uma vida saudável não está em um pote de pílulas, mas em uma alimentação equilibrada, na prática regular de exercícios e, acima de tudo, na orientação de profissionais qualificados.