A Armadilha Inflacionária: Tarifaço de Trump pode criar falsa queda de preços em 2025, mas a conta chegará com juros em 2026 – Noticiário 24H

Analistas do mercado financeiro, em uma leitura friamente técnica e perigosamente imediatista, começaram a apontar para um suposto “impacto favorável” do tarifaço de Donald Trump na inflação brasileira de 2025. A lógica é simples: com a perda do mercado americano, produtos como carne e café inundarão o mercado interno, forçando uma queda de preços pela lei da oferta e da procura. O que essa análise míope ignora, no entanto, é que este alívio momentâneo é o prelúdio de uma ressaca inflacionária severa e a consequência direta de uma crise criada pela incompetência do Estado.

A queda de preços no curto prazo não é um benefício; é o sintoma da doença. É o som do setor produtivo liquidando seus estoques a preços de banana para não falir. É o produtor de café e o pecuarista sendo forçados a vender barato no mercado interno porque a diplomacia inepta do governo Lula lhes fechou as portas do segundo maior comprador do mundo. Celebrar isso como um “controle da inflação” é como celebrar a febre baixa de um paciente que está sangrando até a morte.

A realidade do livre mercado, que os analistas parecem esquecer, é que os produtores reagem a incentivos. Nenhum empresário ou agricultor continuará a produzir para ter prejuízo. O que veremos nos próximos meses é o roteiro clássico da intervenção desastrosa:

  1. Queda Artificial (2025): Os estoques que iriam para os EUA são despejados no Brasil, causando uma queda temporária e artificial nos preços. O governo e a imprensa aliada celebrarão isso como uma “vitória” contra a inflação.
  2. Corte Drástico na Produção: Diante da inviabilidade do negócio, os produtores irão cortar a produção. Pecuaristas reterão o gado no pasto, cafeicultores reduzirão o plantio e o investimento. A oferta futura de produtos será drasticamente reduzida.
  3. Explosão de Preços (2026 e além): Após o consumo do excedente e com a produção em baixa, a lei da oferta e da procura voltará a operar, mas desta vez de forma brutal contra o consumidor. A escassez de produtos levará a uma explosão nos preços, muito pior do que o cenário anterior ao tarifaço.

Portanto, o que está sendo criado não é um controle de preços, mas uma bolha de deflação seguida por um choque inflacionário. É a destruição da previsibilidade, o bem mais precioso em uma economia. Empresas não podem planejar, produtores não podem investir, e o consumidor é enganado com uma falsa sensação de alívio.

O “impacto favorável” na inflação de 2025 é a mais perigosa das miragens. É o resultado de uma política externa desastrosa que, para mascarar seu fracasso, irá gerar uma crise de abastecimento e uma inflação ainda mais dolorosa no futuro. A conta da incompetência de hoje será paga, com juros, na gôndola do supermercado de amanhã.