A Cartilha do Fracasso: Alckmin promete pacote de subsídios e gastos fora do teto para ‘remediar’ crise do tarifaço – Noticiário 24H

Diante das consequências de uma crise diplomática autoinfligida, o vice-presidente Geraldo Alckmin foi à televisão nesta quinta-feira (31) para apresentar o “plano” do governo para o “tarifaço” americano. O que foi revelado não é uma estratégia, mas a aplicação da cartilha clássica do Estado intervencionista: promessas de subsídios, novos programas e a sinalização de mais gastos públicos para remediar os sintomas de um problema que a própria inabilidade do governo ajudou a criar.

A promessa de que “ninguém vai ficar desamparado” é o eufemismo para o que está por vir: o uso massivo do dinheiro do contribuinte para socorrer setores que se tornaram inviáveis da noite para o dia devido a um fracasso da política externa. O plano inclui “apoio financeiro, tributário e creditício”, ou seja, o Estado distorcendo ainda mais a economia para cobrir os buracos de sua própria incompetência diplomática.

O mais alarmante foi a tranquilidade com que Alckmin admitiu a possibilidade de furar o teto de gastos. Ao comparar a crise do tarifaço com as enchentes no Rio Grande do Sul, ele abriu a porta para que os novos gastos ” emergenciais” sejam excluídos do cálculo do déficit primário. A responsabilidade fiscal, pilar de qualquer economia séria, é tratada como uma sugestão que pode ser ignorada a cada nova crise, pavimentando o caminho para mais dívida pública e inflação.

A análise do vice-presidente sobre o impacto nos preços dos alimentos beira a irresponsabilidade. A ideia de que o “tarifaço” pode ser uma “boa notícia” por forçar a queda dos preços de produtos como carne e café no mercado interno ignora a realidade do produtor. Vender abaixo do custo de produção para desovar um estoque que não pode ser exportado não é “preço baixo”, é o caminho para a falência. A consequência a médio prazo é a quebra de produtores, a redução da oferta e, inevitavelmente, preços ainda mais altos no futuro.

Até mesmo a resposta sobre o preço dos medicamentos importados foi uma manobra de desvio. Em vez de tratar do impacto da tarifa, Alckmin usou o SUS e o Farmácia Popular como propaganda, programas que, por si sós, são financiados pelos mesmos impostos que sufocam a população.

A entrevista de Geraldo Alckmin serviu para confirmar o modus operandi do atual governo: para cada problema, especialmente os criados por ele mesmo, a solução é sempre mais Estado, mais gastos e mais intervenção. A conta dessa abordagem, como sempre, será paga pelo cidadão brasileiro, seja na forma de impostos mais altos, seja na inflação que corrói o seu poder de compra.