A Conta do Gás ‘Grátis’: Lula prepara programa bilionário pago pelo contribuinte, ignorando o imposto como real vilão do preço – Noticiário 24H
O governo federal está finalizando os detalhes de mais um programa de transferência de renda em massa: o “Gás para Todos”, que promete fornecer gás de cozinha “gratuito” para cerca de 17 milhões de famílias. A iniciativa, embora embalada em uma narrativa de justiça social, é um exemplo clássico de populismo fiscal, criando um novo e gigantesco custo para os cofres públicos e aprofundando a dependência do cidadão, ao mesmo tempo em que ignora o verdadeiro responsável pelo preço exorbitante do botijão: o próprio Estado.
A premissa do programa é tratar o sintoma, não a doença. O presidente Lula aponta corretamente a disparidade entre o preço do gás na refinaria (cerca de R$ 37) e o valor final pago pelo consumidor (que pode chegar a R$ 140). No entanto, o governo omite convenientemente que uma fatia substancial dessa diferença é composta por impostos, como o ICMS estadual e tributos federais, além dos custos de uma cadeia de distribuição rigidamente regulada.
Em vez de atacar a causa do problema — a altíssima carga tributária que onera um item essencial —, o governo opta pelo caminho mais fácil politicamente: criar um subsídio. Ou seja, em vez de deixar de tirar o dinheiro do bolso do cidadão através de impostos, o Estado prefere tirar ainda mais da sociedade produtiva para devolver uma pequena parte em forma de “benefício”, em um ciclo que apenas aumenta o tamanho e o custo da máquina pública.
A lógica do programa “Gás para Todos” é a da perpetuação da dependência. Ao transformar um item de consumo básico em uma benesse estatal distribuída via Cadastro Único, o governo fortalece seu papel de tutor da população de baixa renda, desincentivando a autonomia e a busca por independência financeira. O programa não visa emancipar, mas sim gerir a pobreza, transformando milhões de famílias em dependentes diretos de decisões políticas de Brasília.
A questão do financiamento de mais essa despesa bilionária permanece nebulosa. Em um cenário de contas públicas já pressionadas, a criação de um novo programa de gastos permanentes inevitavelmente resultará em mais impostos, mais dívida pública ou mais inflação no futuro — custos que serão pagos por toda a sociedade, incluindo os mais pobres que o programa supostamente visa ajudar.
A solução real e sustentável para o alto preço do gás não viria de uma nova medida provisória criando mais um programa social, mas sim de uma reforma tributária corajosa que reduzisse drasticamente os impostos sobre bens essenciais e de uma desregulamentação que fomentasse a concorrência no setor. O caminho escolhido pelo governo, no entanto, é o do populismo: uma solução cara, ineficiente e que, no fim das contas, apenas reforça o ciclo de dependência que impede o verdadeiro desenvolvimento do país.