A Elite do Judiciário: A carreira de Alexandre de Moraes e os supersalários e privilégios que custam milhões ao contribuinte – Noticiário 24H

Uma análise da trajetória profissional e da remuneração do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, expõe a estrutura de altos salários e privilégios que sustenta o topo do Judiciário brasileiro — uma casta financiada integralmente pelo pagador de impostos e que opera em uma realidade financeira distinta da do cidadão comum.

A carreira de Moraes, construída inteiramente dentro do aparelho estatal, é um roteiro de ascensão entre cargos de elite. Desde seu início como promotor de Justiça em São Paulo em 1991, passando por secretarias de Estado e pelo Ministério da Justiça, até chegar ao STF em 2017, a trajetória é marcada por posições cujas remunerações atuais facilmente ultrapassam os R$ 30 mil mensais, culminando no teto constitucional de R$ 46.366,19.

No entanto, o teto, na prática, é contornado por uma complexa teia de adicionais e gratificações. Dados oficiais do próprio STF mostram que a remuneração bruta do ministro pode saltar para valores muito superiores. Em fevereiro de 2025, por exemplo, seu contracheque bruto atingiu R$ 66.012,78. Essa prática de “supersalários”, comum nos altos escalões do funcionalismo, demonstra como o sistema cria mecanismos para furar as próprias regras, sempre em benefício da elite burocrática.

Além do salário, a lista de privilégios — os chamados “penduricalhos” — revela a profunda desconexão entre o Judiciário e a população que o financia. Ministros do STF têm direito a benefícios como auxílios para moradia, saúde, alimentação, além de férias de 60 dias por ano e gratificações. As despesas com viagens são particularmente notáveis, com diárias de R$ 1.545,53 para deslocamentos nacionais e que podem chegar a quase US$ 1.000 (cerca de R$ 5.000) por dia em viagens internacionais. Apenas em 2024, o STF gastou R$ 1 milhão em diárias para viagens ao exterior.

Enquanto o cidadão comum e o setor produtivo arcam com uma das maiores cargas tributárias do planeta para receber serviços públicos precários, uma pequena elite no topo do Estado desfruta de uma estabilidade vitalícia, salários que superam o teto constitucional e uma série de benefícios que seriam impensáveis na iniciativa privada.

A análise da remuneração de um ministro do STF não é um ataque pessoal, mas uma radiografia necessária do custo e da ineficiência de um modelo de Estado que privilegia a si mesmo. Essa estrutura de altos custos e benefícios, isolada da realidade econômica do país, é um dos fatores que contribuem para a criação de um poder unaccountable, ou seja, que não precisa prestar contas de seus atos ou de seus gastos à sociedade que o sustenta.