A Troca Perigosa: Em retaliação a Trump, governo se joga nos braços da China para salvar o café, aprofundando a dependência do regime comunista – Noticiário 24H

Em um movimento de timing político impecável — e estrategicamente perigoso —, a China anunciou a autorização para que 183 empresas brasileiras exportem café para o país. A notícia, divulgada pela embaixada chinesa no sábado (2), surge dias antes da entrada em vigor do “tarifaço” de 50% de Donald Trump, e é vendida pelo governo e seus aliados como uma vitória diplomática. Na realidade, é um passo calculado e arriscado que aprofunda a dependência econômica do Brasil em relação à ditadura comunista de Pequim.

A manobra é transparente. Encurralado e humilhado pela política de força de Trump, e incapaz de reverter as sanções através de uma diplomacia séria, o governo brasileiro recorre ao seu principal parceiro no bloco dos BRICS para criar uma narrativa de retaliação e de “solução” para os produtores de café afetados. A velocidade com que a notoriamente burocrática máquina estatal chinesa liberou as licenças não deixa dúvidas: trata-se de um ato político coordenado, e não de um desenvolvimento natural de mercado.

No entanto, a “solução” chinesa é, por ora, uma miragem econômica. Os números expõem a realidade: em junho, o Brasil exportou 440 mil sacas de café para os Estados Unidos, contra apenas 56 mil para a China. O mercado americano, que consome cerca de 8 milhões de sacas brasileiras por ano, é quase oito vezes maior que o chinês. A ideia de que a China irá, da noite para o dia, absorver essa demanda monumental é economicamente ingênua e serve apenas como propaganda.

O que está em curso é uma troca de dependência. O Brasil, em vez de resolver seus problemas com uma democracia ocidental, mesmo que sob um governo protecionista, opta por se amarrar ainda mais a um regime totalitário que utiliza o comércio como arma geopolítica de forma muito mais implacável. A pergunta que o governo não responde é: qual será o preço dessa “ajuda”?

A China não oferece favores, ela cobra faturas. Essa “tábua de salvação” para o café brasileiro certamente virá acompanhada de novas exigências em áreas estratégicas, como tecnologia, infraestrutura e alinhamento político em fóruns internacionais. O governo Lula, em sua ânsia por uma vitória de relações públicas contra Trump, pode estar vendendo a soberania de longo prazo do Brasil por um alívio de curto prazo para um único setor.

A celebração de hoje, portanto, pode ser a dor de cabeça de amanhã. Ao se afastar de seus parceiros tradicionais e se aprofundar na órbita de Pequim, o Brasil não está encontrando um novo caminho, está apenas escolhendo um novo mestre.