Alerta Vermelho na Saúde Pública: Nitazenos, os ‘opioides zumbis’ 1000 vezes mais fortes que a morfina, chegam ao Brasil – Noticiário 24H
Um novo e aterrorizante capítulo na crise de opioides mundial acendeu o alerta máximo nas autoridades de saúde do Brasil. Começaram a ser registrados no país os primeiros casos de apreensão e overdose ligados aos nitazenos, uma classe de opioides sintéticos com um poder destrutivo assustador: alguns de seus compostos podem ser até 1.000 vezes mais potentes que a morfina e 40 vezes mais que o fentanil.
Apelidados de “drogas zumbis” pela devastação que causam nos usuários, os nitazenos foram originalmente desenvolvidos pela indústria farmacêutica na década de 1950 como analgésicos, mas nunca foram aprovados para uso médico devido ao seu altíssimo risco de overdose e dependência. Agora, décadas depois, eles ressurgem no mercado ilegal, produzidos em laboratórios clandestinos e frequentemente misturados a outras drogas, como cocaína e heroína, sem o conhecimento do usuário.
O perigo é extremo. A potência dos nitazenos é tão elevada que uma dose mínima, equivalente a alguns grãos de sal, pode ser fatal. Isso torna o risco de overdose acidental gigantesco, não apenas para os usuários, mas também para policiais e equipes de emergência que possam ter contato com a substância.
O Desafio para a Saúde Pública
A circulação desses novos opioides representa um desafio sem precedentes para o sistema de saúde. A naloxona, um medicamento usado como antídoto para reverter overdoses de opioides tradicionais como a morfina, pode não ser eficaz contra os nitazenos, ou exigir doses massivas e repetidas para salvar a vida do paciente, um recurso que não está amplamente disponível em todos os hospitais do país.
“Estamos diante de um inimigo que não conhecemos completamente e para o qual nossas ferramentas atuais podem ser insuficientes”, alerta um comunicado recente da Agência de Fiscalização de Drogas dos EUA (DEA), que tem monitorado a disseminação global da substância.
Relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) já vinham alertando para a expansão dos opioides sintéticos como a principal ameaça global em termos de drogas. A chegada dos nitazenos ao Brasil confirma que o país não está imune a essa crise.
As autoridades brasileiras, incluindo a Polícia Federal e a Anvisa, estão em alerta máximo. A identificação dos nitazenos em exames toxicológicos é complexa e exige tecnologia que não está presente em todos os laboratórios. O principal desafio agora é mapear a rota de entrada e distribuição dessa substância no país e preparar o sistema de saúde para lidar com as consequências de uma droga com um potencial letal nunca antes visto.