Atrasado e Reativo: Governo promete “plano de contingência” contra tarifaço só agora, após o estrago já ter sido feito – Noticiário 24H
Em mais uma demonstração da lentidão e da natureza reativa que caracterizam a atual gestão, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, anunciou que o governo apresentará seu “plano de contingência” para os setores afetados pelo “tarifaço” de Donald Trump até a próxima quarta-feira. A promessa, feita com dias de atraso e após a crise já ter se instalado, não é um sinal de ação, mas um atestado da completa falta de planejamento estratégico do Palácio do Planalto.
Durante semanas, enquanto a ameaça das tarifas americanas se tornava cada vez mais real, o governo se perdeu em uma espiral de bravatas diplomáticas, hesitações e uma guerra de narrativas focada em culpar a oposição. Não houve, em nenhum momento, a apresentação de um plano proativo e crível para proteger a economia brasileira. Apenas agora, com as tarifas em vigor, empresas paralisando atividades e a incerteza dominando o mercado, o governo se apressa para anunciar um pacote de medidas que já deveria estar pronto há muito tempo.
Este atraso revela uma falha fundamental na gestão de crises. Um governo competente antecipa os problemas e prepara as soluções. Um governo ineficiente espera o desastre acontecer para, então, correr atrás do prejuízo, geralmente com soluções improvisadas e custosas.
O que se pode esperar deste “plano de contingência”? A julgar pelas declarações de outros ministros, como Fernando Haddad e Geraldo Alckmin, a “solução” virá na forma do receituário clássico do Estado intervencionista: linhas de crédito subsidiadas, aumento de compras governamentais e outros mecanismos de “apoio” que, na prática, significam o uso do dinheiro do contribuinte para socializar o custo da incompetência diplomática do próprio governo.
Em vez de criar um ambiente de negócios livre e resiliente, que pudesse absorver choques externos, o governo aprofunda a dependência do setor produtivo em relação a benesses estatais. O plano não será uma solução, mas um paliativo caro, que irá gerar mais dívida e mais distorções na economia.
O anúncio de Rui Costa, portanto, não deve ser visto com otimismo, mas com ceticismo. Ele é a confissão de que o governo foi pego de surpresa por uma crise anunciada e que sua resposta, além de tardia, seguirá o caminho de sempre: mais Estado, mais gastos e nenhuma solução para os problemas estruturais que deixam o Brasil perpetuamente vulnerável.