Bolsa Família: a Verdade por Trás da “Saída” de 900 mil Famílias – Noticiário 24H
Circula nas redes sociais a alegação de que o governo Lula teria “cortado” o Bolsa Família de 900 mil famílias entre junho e julho. Mas será que essa história é tão simples assim? Não é corte, mas também não é mérito do governo. É apenas o reflexo de um sistema assistencial que prende milhões na dependência estatal — e qualquer melhora de renda, por menor que seja, vira manchete política.
A saída foi por aumento de renda — mas isso é motivo de comemoração?
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, 958 mil famílias saíram do Bolsa Família em julho. Destas, 385 mil ultrapassaram o limite de renda de R$ 218 por pessoa, enquanto 536 mil deixaram o programa após dois anos recebendo o benefício parcial da chamada “regra de proteção”.
Ou seja, tecnicamente, não houve “corte” arbitrário. Mas isso também não é uma conquista do governo — é, no máximo, o cumprimento de uma norma que já existia. E mais: ultrapassar R$ 218 por pessoa (cerca de meio tanque de gasolina) não significa que essas famílias agora estão bem. Elas simplesmente deixaram de ser pobres “o suficiente” para o Estado continuar pagando.
O real problema: dependência, não autonomia
O discurso oficial tenta transformar isso em sinal de progresso. Mas para quem tem uma visão libertária e baseada na responsabilidade individual, o verdadeiro debate é outro: por que milhões ainda precisam do Bolsa Família para sobreviver? E por que, quando essas pessoas conseguem uma leve melhora, correm o risco de perder o benefício e regredir novamente?
Esse é o efeito colateral perverso do assistencialismo estatal: ele desestimula a ascensão econômica. Quando alguém melhora um pouco de renda e perde o auxílio, pode acabar sendo punido por buscar autonomia.
No lugar de celebrar o “aumento de renda” como narrativa de sucesso, o governo deveria estar focado em reduzir o tamanho do Estado, cortar impostos, simplificar as regras para empreender e permitir que as pessoas cresçam por conta própria, sem depender de favores públicos.
A “regra de proteção” é só um paliativo
A tal regra de proteção que permite às famílias receber metade do valor por até dois anos é, na prática, uma muleta temporária. Em maio deste ano, o governo reduziu esse período para um ano nas novas concessões. Ou seja: menos tempo para transição, mais chances de queda na renda e retorno à dependência.
Se houvesse uma real preocupação com a liberdade econômica dos cidadãos, o foco estaria em garantir que essas famílias tivessem acesso a educação de qualidade, segurança jurídica para empreender, menos burocracia e menor carga tributária.
Conclusão
Portanto, sim — não houve corte direto do Bolsa Família para 900 mil famílias, mas a comemoração em torno disso é tão enganosa quanto a fake news que tentava denunciar o corte.
O Bolsa Família continua sendo um instrumento de controle político, onde cada oscilação nos números é usada como propaganda. Para os libertários, o verdadeiro avanço será o dia em que nenhuma família precisará do Estado para colocar comida na mesa.