Ciclo de Incompetência: MEC prorroga DE NOVO prazo da Prova Docente para consertar erro que ele mesmo criou – Noticiário 24H
Em um novo capítulo que aprofunda a saga de desorganização da Prova Nacional Docente (PND), o Ministério da Educação (MEC) foi forçado a prorrogar, mais uma vez, o prazo para o pagamento da taxa de inscrição, agora para o dia 6 de agosto. A medida, apresentada como um “benefício” aos candidatos, é, na realidade, um remendo desesperado para encobrir a incompetência do governo, que estendeu um prazo na semana passada mas “esqueceu” de atualizar os boletos bancários, impedindo os pagamentos.
A sequência de eventos é um retrato fiel do caos administrativo que rege os grandes projetos estatais. Primeiro, o MEC criou um edital falho, excluindo arbitrariamente licenciados em Teatro e Dança. Em seguida, foi repreendido pela Justiça e obrigado a aceitá-los. Para acomodar a mudança, estendeu o prazo de pagamento até 1º de agosto. No entanto, na etapa mais básica do processo, a de comunicar a nova data ao sistema bancário, o governo falhou miseravelmente, deixando milhares de professores em pânico, com boletos vencidos em mãos.
A situação ilustra com perfeição a falência do modelo de planejamento central. A PND, vendida como uma solução grandiosa e unificada para a educação brasileira, tropeça em seus próprios pés antes mesmo da aplicação da primeira prova. A burocracia de Brasília, distante da realidade dos professores, mostra-se incapaz de executar tarefas administrativas simples, gerando uma crise desnecessária e prejudicando exatamente aqueles que deveria servir.
Enquanto isso, o problema original persiste: o MEC declarou que irá recorrer da decisão judicial e, até o momento, não incluiu as licenciaturas de Dança e Teatro no sistema de inscrição, mantendo os profissionais em um limbo jurídico. O governo, portanto, cria um problema, é forçado a corrigi-lo, falha em implementar a correção e, ao mesmo tempo, luta para reverter a decisão que o obrigou a agir.
Este episódio não é apenas sobre um prazo ou um boleto. É sobre a arrogância de um modelo que se pretende “nacional” e “unificado”, mas que se mostra incapaz de lidar com a diversidade do país e com a logística básica de sua própria execução. A PND já nasceu como um atestado da ineficiência estatal, e cada novo remendo no cronograma apenas reforça a tese de que a educação brasileira precisa de menos Brasília e mais liberdade e autonomia local.