EUA podem impor tarifas a fertilizantes russos importados pelo Brasil – Noticiário 24H
A nova onda de tarifas do governo Trump inclui a possibilidade de adotar medidas punitivas contra países que continuem comprando fertilizantes russos como o Brasil, um dos maiores dependentes dessa fonte. O setor agrícola do país já faz frente a um momento delicado: confiar quase totalmente no exterior para os insumos essenciais deixa o Brasil vulnerável.
Dependência que pesa no bolso do agricultor
- Em 2024, o Brasil importou aproximadamente US$ 4,17 bilhões em fertilizantes da Rússia.
- Cerca de 53% do fosfato monoamônico, 40% do cloreto de potássio e 20% da ureia vieram desse país.
- Com isso, qualquer retaliação americana baseada nos laços comerciais com a Rússia atinge diretamente os insumos agrícolas brasileiros.
Ameaça real: tarifas como arma política
- As novas tarifas dos EUA variam entre 10% e 50%, sendo o Brasil um dos alvos com maior aumento (50%).
- A motivação inclui retaliação indireta para quem continua comprando da Rússia, como petróleo e fertilizantes.
Brasil em busca de independência produtiva
- Minas Gerais ganhou um complexo de US$ 1 bilhão da EuroChem, que pode suprir 15% da demanda nacional de fosfato.
- A meta do governo é alcançar 45% de autossuficiência em fertilizantes até 2050.
- Entretanto, a produção nacional ainda caminha aquém da demanda: foram 41,3 milhões de toneladas importadas em 2024, mais de 90% da necessidade do país.
O custo para o campo e o prato
Um possível aumento de tarifas sobre fertilizantes encareceria o custo de produção no campo, gerando efeitos em toda a cadeia do bolso do agricultor ao preço final no supermercado. Num momento de inflação global e instabilidade climática, falhas na política agrícola não são apenas técnica: são falhas que se pagam duro no bolso do cidadão.