Exportação de Mel Catarinense Premiado Despenca com Tarifas dos EUA: Entenda o Impacto do Tarifaço de Trump – Noticiário 24H
A exportação de mel catarinense, produto reconhecido mundialmente por sua qualidade, sofre duros impactos após o tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos. A medida protecionista, liderada pelo presidente Donald Trump, atinge em cheio empresas brasileiras como a Apis Nativa — premiada com medalha de ouro no Paris International Honey Awards 2025.
Com mais de 80% da produção estadual voltada ao mercado norte-americano, o aumento de tarifas alfandegárias causou a paralisação de embarques e uma queda drástica no preço do produto. Atualmente, 17 contêineres de mel estão parados nos portos. Destes, cinco tiveram o envio cancelado, enquanto os demais estão em renegociação.
Segundo Tarciano Santos da Silva, diretor da Apis Nativa, a empresa só conseguirá manter a produção por mais duas ou três semanas. Após esse período, a unidade entrará em manutenção sem previsão de retorno.
“O mel foi reconhecido como o melhor do mundo. Agora, estamos sem conseguir exportar por causa de uma decisão unilateral dos Estados Unidos. É frustrante”, lamenta o executivo.
Setor Apícola Catarinense em Alerta
Santa Catarina é referência na produção de mel orgânico e figura entre os maiores exportadores do Brasil. Com a nova barreira tarifária, os contratos precisaram ser renegociados. O preço, que antes girava entre R$ 3,50 e R$ 3,70 por quilo, caiu para cerca de R$ 3,30 — segundo produtores, um valor que compromete a rentabilidade.
A ABEMEL (Associação Brasileira dos Exportadores de Mel) afirma que 76% das exportações brasileiras nos últimos cinco anos tiveram como destino os EUA. A entidade destaca que, além do volume, o Brasil vinha conseguindo aumentar o valor agregado do produto.
No entanto, com o cenário atual, a conquista do prêmio internacional pode se tornar apenas uma lembrança amarga da época em que o setor colhia os frutos da excelência.
Liberdade Econômica Ameaçada: O Problema Vai Além do Protecionismo
Embora o aumento das tarifas pelos Estados Unidos tenha afetado diretamente o setor apícola brasileiro, o problema não se resume a uma simples política protecionista. Outros países conseguiram negociar acordos e manter acesso ao mercado norte-americano. O caso do Brasil escancara um cenário interno de insegurança jurídica, marcado por instabilidade institucional, excesso de intervenções e uma crescente judicialização das decisões econômicas.
Com um Judiciário que concentra poder sem freios claros e um ambiente regulatório imprevisível, o Brasil afasta investidores e perde espaço em negociações internacionais. A liberdade econômica segue sufocada, não por falta de qualidade dos produtos nacionais — como mostra o mel catarinense premiado —, mas pela ausência de um sistema que valorize a autonomia, a previsibilidade e o livre comércio.