Extremos em Jogo: Ciclone no Sul e calor na Amazônia marcam fim de julho e acendem alerta para futuro climático – Noticiário 24H

O Brasil chega ao final de julho sob o domínio de eventos climáticos extremos que ilustram perfeitamente os alertas de cientistas sobre o futuro: enquanto uma potente frente fria, associada a um ciclone extratropical, derruba temperaturas e causa temporais no Sul, a região Norte enfrenta uma onda de calor com termômetros que podem atingir os 36°C.

Meteorologistas da Climatempo e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) confirmam que a formação de um ciclone entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai nesta semana é a principal responsável pela instabilidade no Sul do país. O sistema está provocando chuvas intensas, ventos que podem superar os 100 km/h e uma acentuada queda de temperatura, com risco de geada em áreas de serra. O alerta para transtornos, como queda de árvores e problemas na rede elétrica, está em vigor para toda a região.

Em contraste direto, o ar seco predomina no interior do Brasil, e uma massa de ar quente eleva as temperaturas na Amazônia. Capitais como Belém (PA) têm previsão de máxima de 36°C, um cenário que, segundo especialistas, tende a se intensificar com o avanço do desmatamento e das mudanças climáticas globais.

Este cenário de opostos não é coincidência. Um relatório recente submetido pelo Brasil à Convenção do Clima da ONU aponta que todas as regiões do país enfrentarão um aumento na frequência e intensidade de eventos extremos. O estudo prevê mais chuvas para o Sul e, ao mesmo tempo, secas mais severas para o Nordeste e Centro-Oeste, mesmo que as metas do Acordo de Paris sejam cumpridas.

O sentimento de urgência foi reforçado pelo “Dia da Sobrecarga da Terra”, que em 2025 chegou uma semana mais cedo que no ano anterior, em 27 de julho. A data simbólica marca o momento em que a demanda da humanidade por recursos naturais excede a capacidade do planeta de se regenerar em um ano.

Cientistas alertam que o mundo tem uma janela de apenas três anos para frear os piores efeitos da crise climática. Para o Brasil, que se prepara para sediar a COP30 em Belém, o desafio é transformar o protagonismo diplomático em ações concretas e eficazes para mitigar um futuro que, como o clima desta semana demonstra, já chegou.