FUNCEB abre 50 vagas temporárias (REDA) em Salvador; salários de até R$ 3.3 mil – Noticiário 24H

O Diário Oficial do Estado da Bahia trouxe mais um exemplo da contínua expansão da máquina pública: a Fundação Cultural do Estado (FUNCEB) anunciou um processo seletivo para o preenchimento de 50 vagas temporárias. A iniciativa, que irá onerar o contribuinte baiano com salários de até R$ 3.373,21, será realizada sob o controverso Regime Especial de Direito Administrativo (REDA) e utilizará um método de seleção subjetivo, levantando questionamentos sobre meritocracia e o risco de apadrinhamento político.

As vagas abrangem diversas áreas, de funções administrativas a professores de dança, bailarinos, costureiros e maquinistas de espetáculo. A contratação via REDA, com contratos de até 36 meses renováveis por igual período, cria um vínculo precário, mas duradouro, sem a estabilidade e os rigorosos critérios de um concurso público tradicional. Trata-se de um mecanismo frequentemente criticado por permitir o inchaço temporário do Estado de acordo com as conveniências políticas da gestão de plantão.

O ponto mais sensível do edital oficial é o método de seleção: a “prova de títulos”. Diferentemente de uma prova objetiva, que avalia o conhecimento de forma isonômica, a análise curricular é um processo inerentemente subjetivo, que abre margem para critérios discricionários e potencial favorecimento. Em um Estado onde o aparelhamento político é uma preocupação constante, a ausência de um concurso público de provas e o uso de um método de seleção tão flexível são um convite à desconfiança.

Enquanto o governo apresenta o processo como uma “oportunidade”, a análise fria dos fatos revela outra realidade: o dinheiro do contribuinte baiano, que poderia ser investido em serviços essenciais como segurança, saúde e saneamento, será utilizado para financiar atividades que, em uma sociedade livre e próspera, seriam majoritariamente sustentadas pelo setor privado e pela sociedade civil, como a produção de espetáculos.

A ausência de taxa de inscrição, vendida como um benefício, apenas mascara o fato de que o custo integral deste processo seletivo será arcado por todos os cidadãos da Bahia. A iniciativa da FUNCEB, portanto, é menos uma celebração da cultura e mais um retrato do ciclo vicioso do estatismo: o governo cria a necessidade de sua própria existência, expandindo sua burocracia com o dinheiro de quem produz, sob o pretexto de oferecer serviços que o mercado e a livre iniciativa poderiam prover de forma mais eficiente e sem dependência política.