Guerra às Farmacêuticas: Casa Branca declara guerra de preços com ultimato contraditório e ameaças de intervenção – Noticiário 24H
Em um ato de flagrante intervencionismo econômico, o governo americano anunciou nesta quinta-feira (31) que emitiu um ultimato a 17 dos maiores CEOs da indústria farmacêutica, como os da Eli Lilly e Sanofi, exigindo uma redução imediata nos preços dos medicamentos nos EUA. A medida, embalada em uma retórica populista de defesa do consumidor, é um perigoso avanço em direção ao controle de preços e se baseia em uma lógica economicamente contraditória.
A carta enviada pela Casa Branca, que pode ser lida como um prelúdio para uma intervenção ainda mais dura, dá um prazo de 60 dias para que as empresas se submetam a uma série de exigências. O documento expõe uma contradição fundamental que revela a natureza política, e não técnica, da ação. Ao mesmo tempo em que exige que os americanos paguem os mesmos preços baixos que outras nações — cujos sistemas de saúde socialistas impõem controles de preços —, a carta acusa essas mesmas nações de se “aproveitarem da inovação americana”, demandando que elas “paguem sua parte”.
Essa lógica é mutuamente exclusiva e serve apenas para confundir o público. Não é possível, simultaneamente, forçar os preços americanos para baixo ao nível dos mercados controlados e forçar os preços dos mercados controlados para cima.
O governo convenientemente ignora os verdadeiros vilões por trás dos altos custos dos medicamentos nos EUA: ele mesmo. Décadas de regulamentação sufocante pela FDA, que torna o processo de aprovação de um novo medicamento absurdamente caro e demorado; um sistema de patentes que concede monopólios temporários; e um emaranhado de subsídios e regras no Medicare e Medicaid criaram as distorções que agora o governo pretende “consertar” com mais intervenção.
A ameaça velada no fim da carta, de que o governo “implementará todas as ferramentas” para combater “preços abusivos”, é um recado claro. Trata-se do Estado ameaçando usar seu poder coercitivo para ditar os rumos de um setor privado, uma prática que arrepia qualquer defensor do livre mercado e da segurança jurídica.
O resultado final e inevitável de tais políticas de controle de preços é a destruição do incentivo à inovação. A pesquisa e o desenvolvimento de novos medicamentos que salvam vidas são financiados pelos lucros obtidos com os remédios que chegam ao mercado. Ao atacar esses lucros, o governo não está punindo executivos, está minando o financiamento de futuras curas para o câncer, o Alzheimer e inúmeras outras doenças. A busca por um alívio de preços no curto prazo pode custar à sociedade o preço incalculável de não ter os medicamentos do futuro.