Investigação de Michael Shellenberger revela uso de redes sociais como prova ilegal para prisão de manifestantes no Brasil – Noticiário 24H
Uma nova investigação liderada pelo jornalista norte-americano Michael Shellenberger, conhecida como “Arquivos de 8 de Janeiro”, aponta que o Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, sob a coordenação do ministro Alexandre de Moraes, teria utilizado postagens de redes sociais como justificativa ilegal para prender manifestantes não violentos após os atos de 8 de janeiro de 2023.
Segundo os documentos analisados por Shellenberger e sua equipe — incluindo David Agape e Eli Vieira Jr. — uma força-tarefa secreta foi criada para classificar detidos com base em sua atividade online. A apuração aponta para um sistema paralelo de vigilância, com o uso de grupos de WhatsApp, análise de perfis em redes sociais, acesso indevido a bancos de dados biométricos e produção de “certidões” de inteligência fora dos parâmetros legais.
Entre os achados, a investigação afirma que:
- Pessoas foram mantidas presas mesmo com recomendação da PGR para soltura, aguardando varreduras em suas redes sociais;
- Cidadãos foram classificados como “positivos” por postagens críticas ao STF, uso de roupas com as cores do Brasil ou por seguir páginas conservadoras;
- Essas classificações influenciaram diretamente decisões judiciais, sem o conhecimento dos advogados de defesa;
- Alguns detidos permaneceram meses encarcerados sem jamais terem cometido atos violentos.
A investigação também menciona que mensagens trocadas entre auxiliares de Moraes indicam uso político das solturas, como no caso de 149 mulheres libertadas em 8 de março, Dia Internacional da Mulher — decisão que, segundo os arquivos, foi planejada com antecedência para gerar impacto midiático.
Shellenberger afirma que o caso representa um grave exemplo de “lawfare” — o uso do sistema judiciário para fins políticos. Para especialistas ouvidos por sua equipe, as ações do STF configuram abusos de poder típicos de regimes autoritários, com distorções legais que ferem princípios constitucionais como a liberdade de expressão e o devido processo legal.
📄 Leia a investigação completa
Você pode acessar o documento original da investigação conduzida por Michael Shellenberger no link abaixo: