O Documento da Irrelevância: Brasil entrega resposta formal a Trump, mas a batalha real já foi perdida – Noticiário 24H

Em um ato de formalidade burocrática que apenas sublinha sua total impotência no cenário global, o governo brasileiro entrega nesta segunda-feira à administração Trump sua resposta oficial sobre a investigação comercial que paira sobre o país. O documento, uma peça jurídica cuidadosamente elaborada pelo Itamaraty, é a última e mais patética tentativa de usar as regras do jogo diplomático em uma briga de rua que o Brasil já perdeu por nocaute.

Enquanto os burocratas em Brasília se orgulham de ter redigido uma “defesa robusta da soberania nacional”, a realidade em Washington é outra. A entrega deste documento não muda absolutamente nada. A crise com os Estados Unidos não é técnica, é política. Ela não será resolvida com argumentos legais em um calhamaço de papel, mas com poder e credibilidade — dois ativos que a atual política externa brasileira dilapidou completamente.

A resposta brasileira é uma peça de ficção. Ela ignora que o “tarifaço” de 50% foi apenas o primeiro ato. A verdadeira espada sobre a cabeça do Brasil é a ameaça de uma investigação sob a Seção 301, uma arma que permite aos EUA impor sanções devastadoras que vão muito além do comércio, atingindo o coração do investimento e do capital estrangeiro no país. É sobre isso que o governo deveria estar falando, mas parece fingir que não entende a gravidade da situação.

Ao focar em uma defesa legalista contra as tarifas, o governo Lula desvia o foco do seu fracasso estratégico. A crise não nasceu do protecionismo americano, mas da hostilidade ideológica brasileira. Foi a retórica anti-ocidental, o alinhamento com ditaduras e a erosão do Estado de Direito interno que nos colocaram nesta posição de vulnerabilidade. Nenhuma petição, por mais bem escrita que seja, pode apagar esse histórico.

O que assistimos, portanto, é a mais pura encenação. O governo entrega um documento para poder dizer à sua base de militantes e à imprensa aliada que está “lutando” e “defendendo o Brasil”. Na prática, está apenas cumprindo uma formalidade inútil em um jogo cujas regras são ditadas por Washington.

A resposta do Brasil não será lida como uma defesa, mas como a papelada de um país que já se rendeu e agora apenas implora por termos de paz menos humilhantes. A batalha real não se trava nos comitês da Organização Mundial do Comércio, mas nos corredores da Casa Branca, onde o Brasil, graças à sua própria diplomacia, já não tem mais quem o atenda.