O Rosto do Socialismo: Crise na Venezuela exporta miséria e colapsa cidade na fronteira com o Brasil – Noticiário 24H
A cidade de Pacaraima, em Roraima, tornou-se o palco de uma tragédia anunciada, um retrato vívido e desolador do resultado final de políticas socialistas. Acampamentos improvisados com lonas e papelão se espalham às margens da BR-174, abrigando famílias que fugiram não de uma guerra ou de um desastre natural, mas da fome, da miséria e do colapso econômico completo impostos pelo regime venezuelano.
A situação é um microcosmo do fracasso estatal. Angélia Aguilera, uma jovem de 18 anos, relata ter vindo ao Brasil porque na Venezuela “não tem trabalho, comida e remédio. Não tem nada”. Seu marido tinha um emprego em uma multinacional, mas a hiperinflação diária de 2,8% — uma consequência direta do descontrole fiscal e da impressão de dinheiro pelo Estado — pulverizou seu salário, tornando o trabalho inútil. A história deles não é um caso isolado, mas a regra para milhões de vítimas de um sistema que prometeu igualdade e entregou apenas a miséria generalizada.
Enquanto isso, a resposta do Estado brasileiro à crise que transborda por sua fronteira demonstra uma ineficiência crônica. Pacaraima, uma cidade com 15 mil habitantes, agora abriga cerca de 1,5 mil imigrantes em situação de rua, o equivalente a quase um quarto de sua população original. A infraestrutura local está em colapso, sobrecarregada por uma demanda que não tem como atender.
A reação do governo federal é lenta e burocrática. A Força Tarefa Humanitária anuncia a “implantação” de um novo abrigo com capacidade para 500 pessoas, um número irrisório diante dos mais de 16 mil pedidos de refúgio só nos primeiros seis meses deste ano. O programa de “interiorização”, que busca distribuir os imigrantes pelo país, levou apenas 820 pessoas, enquanto a média de entrada diária é de mais de 400. É o Estado tentando conter uma inundação com um conta-gotas.
Em meio ao caos, surgem os símbolos da resiliência individual e da clareza sobre a liberdade. O jovem Luiz Sereño, que fugiu para não ver mais sua filha se alimentando apenas de mangas, hasteou duas bandeiras do Brasil em sua barraca improvisada. “É uma homenagem ao país que me acolheu”, disse ele. A gratidão de Luiz é um testemunho poderoso do valor da liberdade e da oportunidade, mesmo que mínima, que um ambiente de mercado, por mais imperfeito que seja, oferece em comparação com a opressão de um regime socialista.
A crise em Pacaraima é uma lição dura e visível. Ela mostra, em tempo real, o custo humano de ideologias que destroem a capacidade de um país de produzir riqueza e, ao mesmo tempo, expõe a incapacidade de um Estado inchado e burocrático como o brasileiro de responder com agilidade e eficácia a uma crise em sua própria porta.