O Veredito Final: Moraes pressiona Zanin para marcar julgamento de Bolsonaro e selar o destino da oposição – Noticiário 24H
Em um movimento que sinaliza o apressar do fim no grande teatro judicial brasileiro, o ministro Alexandre de Moraes solicitou formalmente ao ministro Cristiano Zanin que marque a data para o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus na chamada “trama golpista”. O ato, que seria um trâmite processual normal em qualquer outra circunstância, é, neste caso, a peça final de um xadrez político onde o investigador e a vítima declarada pressionam o juiz indicado pelo maior adversário do réu para selar seu destino.
A solicitação de Moraes a Zanin, que agora detém a relatoria do caso, é a senha para o clímax de um processo que, para juristas críticos e grande parte da população, nunca teve a aparência de imparcialidade. O ministro que conduziu o inquérito, que ordenou prisões e que se colocou como o principal defensor do “Estado de Direito” contra o ex-presidente, agora atua para acelerar a conclusão de um julgamento cujo resultado parece, para muitos, já ter sido escrito.
A posição de Cristiano Zanin é particularmente emblemática da crise institucional. Ex-advogado pessoal de Luiz Inácio Lula da Silva, ele foi alçado ao Supremo Tribunal Federal por seu cliente e agora tem em suas mãos o poder de pautar o julgamento que pode tornar o maior inimigo político de seu padrinho inelegível e condenado. Qualquer decisão que ele tome será, inevitavelmente, vista sob o prisma da lealdade política, e não da isenção jurídica.
Para os críticos do STF, o pedido de Moraes é a demonstração final de que o tribunal não está interessado em justiça, mas em velocidade. Após a entrega das alegações finais, a última formalidade do processo, o que se busca é uma condenação rápida que possa neutralizar Bolsonaro politicamente antes das próximas eleições e que sirva como uma demonstração de força definitiva para qualquer um que ouse desafiar o poder da Corte.
A cena está montada. O investigador pressiona, o juiz indicado pelo adversário pauta, e o réu, que representa quase metade do eleitorado, aguarda a sentença. O que está em julgamento no STF não são apenas os atos de Jair Bolsonaro, mas a própria credibilidade e imparcialidade de um sistema judicial que, aos olhos de milhões de brasileiros, se transformou em um instrumento de perseguição política. O pedido de Moraes a Zanin não é um ato de justiça; é o soar do gongo para o round final.