Racha no Olimpo: Maioria do STF recusa assinar nota de apoio a Moraes e expõe o isolamento do ministro – Noticiário 24H
Em um sinal inequívoco de que a sanção imposta pelos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes abalou as estruturas do poder em Brasília, uma tentativa de demonstrar união no Supremo Tribunal Federal (STF) fracassou de forma retumbante. Segundo fontes do tribunal, a maioria dos ministros da Corte se recusou a assinar uma declaração de apoio institucional a Moraes, revelando uma profunda fratura no STF e o crescente isolamento de seu membro mais controverso.
A manobra, que teria sido articulada pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso, visava apresentar uma frente unida contra o que seria classificado como uma “interferência externa na soberania do judiciário brasileiro”. No entanto, a iniciativa esbarrou na fria realidade do pragmatismo e do instinto de autopreservação dos demais ministros.
A recusa em endossar o apoio a Moraes não deve ser interpretada como uma súbita conversão dos ministros aos princípios do devido processo legal ou da liberdade de expressão. A análise que predomina nos bastidores é outra: o medo. A sanção americana, aplicada sob a rigorosa Lei Magnitsky, quebrou a aura de intocabilidade que protegia os membros da Corte. O temor de que o apoio explícito a Moraes possa torná-los os próximos alvos de sanções internacionais, com consequências devastadoras para seus bens e sua liberdade de viajar, falou mais alto do que o espírito de corpo.
Além do receio de contaminação, a recusa também expõe as fissuras e as disputas de poder internas do tribunal. Ministros com perfis mais discretos ou com ambições políticas futuras viram na crise uma oportunidade para se descolar da imagem autoritária de Moraes, que se tornou um passivo para a reputação do STF no Brasil e no exterior. A solidariedade, que parecia inabalável quando as críticas eram apenas domésticas, evaporou diante de uma ameaça real e externa.
Este racha público é um golpe devastador na autoridade da Corte. O STF, que por anos agiu como um bloco monolítico para expandir seu poder e avançar sobre as prerrogativas dos outros poderes, agora se mostra dividido e vulnerável. A falta de apoio interno sinaliza que o superpoder de Alexandre de Moraes, antes visto como ilimitado, pode ter encontrado seu limite não na Constituição ou no Senado, mas nas consequências de seus próprios atos no cenário internacional.
O episódio deixa claro que a lealdade no “Olimpo” é condicional. Diante de uma ameaça crível, o instinto de sobrevivência individual se sobrepõe à defesa da instituição ou de um de seus pares. O ministro, que por tanto tempo agiu como o poder central em Brasília, agora parece perigosamente isolado no topo.