Seca na Amazônia expõe lixão a céu aberto na tríplice fronteira e ameaça ecossistema – Noticiário 24H
O período de intensa seca que assola a região amazônica, impactando severamente o nível de rios na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, trouxe à tona um grave problema ambiental e de saúde pública: a exposição e o agravamento dos riscos associados a um lixão a céu aberto localizado nessa área. A redução drástica do volume de água revela a dimensão do descarte inadequado de resíduos sólidos e suas potenciais consequências para o ecossistema e para as comunidades ribeirinhas.
A área da tríplice fronteira, conhecida por sua rica biodiversidade e pela presença de diversas comunidades indígenas, enfrenta um desafio crescente com a gestão de resíduos. A falta de infraestrutura adequada e de políticas públicas eficazes levou à criação e à manutenção de lixões a céu aberto, onde toneladas de resíduos são depositadas sem nenhum tratamento, contaminando o solo, a água e o ar.
Com a seca severa, o que antes estava parcialmente encoberto ou isolado pela água torna-se visível e mais propenso a causar danos. A diminuição do nível dos rios facilita o escoamento de chorume — líquido tóxico resultante da decomposição do lixo — diretamente para os cursos d’água, comprometendo a qualidade da água utilizada para consumo humano, pesca e outras atividades essenciais para a subsistência das populações locais.
Além da contaminação da água, a exposição do lixão durante a seca aumenta o risco de proliferação de vetores de doenças, como mosquitos, moscas e roedores, que encontram no lixo orgânico um ambiente ideal para sua reprodução. Isso eleva a incidência de doenças infecciosas e parasitárias nas comunidades já vulneráveis da região.
A fumaça resultante de eventuais incêndios no lixão, comuns em períodos de seca devido ao acúmulo de material inflamável, também representa um grave problema de saúde, causando problemas respiratórios e agravando condições preexistentes.
A situação na tríplice fronteira escancara a urgência de investimentos em infraestrutura de saneamento básico e em políticas de gestão de resíduos sólidos sustentáveis na Amazônia. A implementação de aterros sanitários controlados, a coleta seletiva e a reciclagem são medidas fundamentais para mitigar os impactos negativos do descarte inadequado de lixo e proteger a saúde da população e a integridade do meio ambiente nessa região de importância global. A seca serve como um alerta drástico sobre as consequências da negligência e da falta de ação diante desse problema persistente.