Tarifaço reduz déficit dos EUA em US$ 4 trilhões, mas prejudica investimentos e produtividade, diz órgão do Congresso – Noticiário 24H
O Congressional Budget Office (CBO), órgão independente do Congresso norte-americano, divulgou nesta semana uma projeção que traz números robustos, mas também contradições evidentes: a adoção de tarifas mais altas sobre importações reduziria o déficit público em cerca de US$ 4 trilhões na próxima década. O alívio fiscal, no entanto, viria acompanhado de um efeito colateral que dificilmente pode ser ignorado: a queda nos investimentos privados e a erosão da produtividade da economia americana.
O Estado como “salvador”, mas à custa do indivíduo
O governo comemora a estimativa como uma vitória para o equilíbrio das contas públicas. Na prática, trata-se apenas de mais um exemplo da velha lógica intervencionista: o Estado amplia seu poder de arrecadação ao encarecer o comércio exterior, transferindo o custo diretamente ao consumidor e às empresas. A receita aumenta, mas à custa da eficiência do mercado e da liberdade de escolha.
A fatura oculta do protecionismo
O relatório do CBO alerta para o impacto sobre investimentos, competitividade e dinamismo econômico. Tarifas mais altas funcionam como uma barreira artificial que protege determinados setores à custa de toda a sociedade. O consumidor paga mais, as empresas reduzem inovação e produtividade cai. Em outras palavras, o que se apresenta como solução fiscal é, na verdade, um freio estrutural ao crescimento.
O realismo por trás da retórica
Essa estratégia não tem nada de inédita. Historicamente, políticas protecionistas sempre foram vendidas como defesa do interesse nacional, mas na prática representam uma redistribuição forçada de riqueza do bolso do cidadão para os cofres do Estado. No cenário geopolítico atual, os EUA tentam se blindar da ascensão chinesa e preservar setores estratégicos. Porém, a retórica de “autonomia” esconde um fato simples: quando o governo manipula preços e barreiras, quem perde é a eficiência da economia de mercado.
A lógica que a grande mídia ignora
Grande parte da cobertura jornalística celebra o suposto “alívio fiscal”, mas evita questionar o custo real do tarifaço: a perda de dinamismo econômico, a redução da produtividade e a estagnação da capacidade de gerar riqueza genuína. A curto prazo, o Estado arrecada. A longo prazo, o cidadão paga em forma de preços mais altos, menos oportunidades de trabalho e menor prosperidade.
Em resumo: o tarifaço pode até parecer um triunfo contábil de US$ 4 trilhões, mas é uma vitória de Pirro. O déficit encolhe, enquanto a liberdade econômica e a vitalidade do mercado se retraem. O Estado cresce; o indivíduo, mais uma vez, perde.